Naquela que é a última semana dentro da casa mais vigiada do País, Marta Gil e Catarina Siqueira, que têm cultivado uma amizade desde o início do programa, parecem estar a desentender-se. Em causa está a opinião que cada uma tem do jogo que ambas escolheram fazer dentro do "Big Brother Famosos".
Marta Gil considera que Catarina Siqueira se absteve muitas vezes de dar a sua opinião, posição com a qual não se identifica, de todo, uma vez que esse é um dos propósitos que encontra para participar no reality show. Já Catarina acha que deu sempre a sua opinião quando sentiu que tinha de dar e acredita que é o jogo de Marta o incorreto.
Foi na terça-feira (22) que as atrizes mais trocaram estas opiniões, também devido a uma dinâmica imposta pelo anfitrião em que cada finalista tinha de eleger outro, no caso aquele com cuja estratégia de jogo menos se identificasse. "A pessoa com quem eu me identifico menos aqui dentro do jogo é a pessoa que eu provavelmente me identifico mais lá fora, que é a Marta, sem dúvida nenhuma", referiu Catarina, que confirma ter jogado "a cartada do positivismo".
"Não me interessa vir para aqui para me chatear e para mexer com o meu lado mais sensível. E, em comparação, a Marta veio para aqui numa de fazer ‘all in’. E eu não fiz um ‘all in’ total, porque houve partes que não quis trazer", explicou. Já Marta Gil crê que nem sempre foi fiel à sua própria estratégia.
"Eu, quando estou ali aos berros, passada, é o menos jogadora que há em mim. É porque aí a minha noção veio toda ao de cima e eu já não me controlo", argumentou. "Não me vou fechar, porque, se me fechar, vou perder uma oportunidade de expor aquilo em que acredito. E isso para mim é a pior coisa. É sair daqui a achar que, quando podia ter mostrado aquilo em que acreditava, decidi não mostrar", continuou.
"Não sinto, em momento algum, que tenha deixado de defender aquilo em que acredito", diz Catarina
"Percebo perfeitamente, mas não sinto, em momento algum, que tenha deixado de defender aquilo em que acredito", rematou Catarina. No confessionário, Marta comentou esta posição da colega. "Vale sempre a pena, porque, cada vez que tu dás opinião, tu mostras aquilo em que tu acreditas, tu expões-te. E, se eu não vim aqui para mostrar isso, então o que é que eu vim aqui fazer?", questiona.
"Há coisas que são só uma opinião e que te mostram mais enquanto pessoa e te dão mais valor. Acho que, se estamos aqui, também é para isso", disse, no confessionário. Na sala, ao testemunhar a perspetiva de Catarina, Marta não se deixou ficar: "Isto é o que toda a gente diz quando não dá opinião. ‘Eu não dei opinião porque não vou acrescentar nada’. As pessoas que não dão opinião dizem todas isto", expôs.
Também no confessionário, Catarina garantiu não ficar "incomodada com a opinião dos outros". "Fico a pensar demasiado quando a opinião daqueles que me importam toca nalgum ponto que tenho consciência que possa ser considerado um defeito e que preciso de trabalhar e que não estou a conseguir superar", articulou.
No entanto, Marta Gil discorda, mais uma vez, da colega. "Percebe-se que a Catarina fica magoada com opiniões que são contrárias à dela. Acho que ela fica assim um bocado exaltada muito rapidamente com uma coisa que é só uma opinião diferente. Acho mesmo que ela pensou em manter-se mesmo ponderada durante o jogo todo com medo de passar uma linha qualquer que ela não queria passar", opinou, no confessionário.
"Agora, tu dizes-me assim ‘então, vieste para o programa errado’. Se calhar não vim. Estou na final, não é?", argumenta Catarina
A troca de perspetivas prosseguiu com Catarina visivelmente afetada. "Acho que isto tem que ver com feitios e com formas de estar e personalidades. Eu na minha vida não gosto de expor ninguém, nem gosto de ser exposta. Agora, tu dizes-me assim ‘então, vieste para o programa errado’. Se calhar não vim. Estou na final, não é? E não fui a jogo, como vocês dizem, da mesma forma que vocês foram. Eu sou assim e não há nada a fazer", respondeu.
Catarina Siqueira considera que foi "uma ótima jogadora". "A única coisa que eu não estive disposta a trazer para aqui foi todos os defeitos que me são apontados lá fora pelos quais eu tento lutar todos os dias para melhorar", reforçou, explicando o porquê de não querer mostrar essas caraterísticas.
"Não preciso de vir para aqui explorar aquilo que eu já sei que eventualmente tenho de mau. Não preciso de vir explorar uma reação que não é boa, porque eu já sei que tenho isso, então vou tentar explorar o outro lado, e não é por a câmara estar ligada", continuou. "Tu achas que, se eu genuinamente não tivesse essa pessoa que fui aqui dentro de mim, conseguia ser esta pessoa durante 50 dias, durante 24 horas por dia?", perguntou a Marta.
"Então, tu não ficaste com nada por dizer?", respondeu imediatamente Marta, colocando outra pergunta. Catarina ficou em silêncio por uns momentos, até retorquir: "Ó Marta, claro que houve alturas em que eu, impulsivamente, teria dito alguma coisa. Mas precisamente por ter escolhido ser uma pessoa mais ponderada, precisamente porque o que me apontam é a frieza, a arrogância, a prepotência, eu escolhi tentar não ser essa pessoa", elucidou.
"Então, eu posso dizer que tu vieste jogar o jogo da auto-descoberta?", perguntou Marta. "Tu podes dizer o que tu quiseres", assegurou Catarina, que não concorda com "esse título". "Tu entraste com essa cartada da ponderação e, para mim, esse é um tipo de jogo que não é tão válido como outros. É válido, mas não é suficiente", disse-lhe Marta.
No confessionário, Marta Gil elaborou a sua opinião quanto à estratégia da amiga. "Acho que ela foi uma jogadora média. Passou bem, fez o caminho bem feito. Mas é isso. Não diria muito mais. Fez uma coisa muito bem feita, que foi pôr a casa a gostar dela, e também sentir que ela tinha essa preocupação genuína com os outros", começou por dizer.
"Mas também acho que a Catarina não foi mais vezes nomeadas porque havia outras pessoas mais importantes para nomear. No jogo, para tirar daqui para fora, do que tirar a Catarina", continuou. "Foi aquele jogo que, ok, ela fez o que tinha a fazer, chegou ao fim, provou o que tinha a provar. Dou-lhe um certo, não lhe dou um certo espetacular", concluiu.