"Jay Kelly", a nova aposta da Netflix que saiu esta sexta-feira, 5 de dezembro, realizada por Noah Baumbach, aterrou no catálogo da plataforma de streaming como uma bomba: subtil, elegante e prometendo ser profundamente humana.
O filme, que passou pelos cinemas em novembro de forma limitada, gerou bastante burburinho entre críticos e espectadores, que não tardaram a chamá-lo um dos títulos mais comoventes e bem trabalhados do ano, pelo que agora todos os subscritores da Netflix vão poder confirmar - ou não - isso.
No centro da narrativa está Jay Kelly, interpretado por George Clooney, que, ao "Tudum", afirmou que este era um dos papéis mais vulneráveis da sua carreira recente. Isto porque Jay é um ator famoso, habituado aos holofotes e ao ritmo frenético da indústria (tal e qual como George Clooney), e é quando se dá a morte do seu mentor e um reencontro desagradável com um velho amigo que o homem começa a sentir uma sensação incómoda: terá Jay Jelly passado demasiados anos a viver apenas para o cinema?
Esta dúvida torna-se o ponto de partida de uma viagem pela Europa que mistura tributos, memórias, arrependimentos e pequenas epifanias que só aparecem quando começamos, finalmente, a olhar para nós mesmos. A acompanhá-lo está Ron, o seu fiel manager interpretado por Adam Sandler, que mistura o típico humor e drama como já habituou todos os fãs de cinema. Mas Ron não é apenas um profissional dedicado: é alguém que moldou a própria vida para garantir que a de Jay funcionava sem falhas.
Assim, ao longo da viagem, os dois discutem uma relação construída entre pressões, amizade e dependências silenciosas, mostrando-se personagens imperfeitas e com um longo caminho por percorrer.
Noah Baumbach, também ao "Tudum", explicou que o seu objetivo não era "apenas filmar um ator em crise", mas sim "explorar como as identidades que construímos podem deixar de nos servir com o passar do tempo". Jay vai perceber, então, que o sucesso profissional que o definiu durante décadas não preenche as ausências acumuladas na sua vida pessoal.
Desta forma, o resultado da parceria entre dois dos atores mais icónicos desta geração é um filme intimista que, apesar de tratar temas pesados como o arrependimento, o legado e as relações negligenciadas, chega a todos os espectadores com leveza e humor discreto, precisamente aquilo que se precisa para uma boa sessão de cinema em casa. "Jay Kelly" promete ser, acima de tudo, sobre redescobrir quem somos quando ficamos sozinhos connosco, sendo, pelo que os críticos dizem, "inesperadamente confortante".