Alguma vez pensou ver Carolina Patrocínio sem filtros? A apresentadora da SIC, criadora de conteúdos, mãe, filha, irmã e atleta vive a sua vida em frente às câmaras durante quase 24 horas por dia, mas a verdade é que a sua vida mais privada tenta sempre deixá-la, claro está, privada. No entanto, em “Carol Patrocínio”, a nova série documental sobre a vida da apresentadora, a história é diferente. 

A ser lançada já esta sexta-feira, 30 de maio, na Prime Video, Carolina Patrocínio mostra ser quem é, mas de uma maneira que nem todos a veem. “É com muito medo que eu faço este filme documental, mas veio na altura certa, em que me obrigou a refletir sobre tudo o que eu já tinha conquistado, sobre medos que eu tinha ultrapassado”, começou por explicar a apresentadora à MAGG. “Eu entrei nesse ciclo muito nova, tinha 16 anos. E ao fim de 20 anos comecei a perceber que nem tudo foram rosas”.

Carolina Patrocínio fala sobre a morte de Francisco Adam. Veja o trailer do documentário da apresentadora
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No entanto, a urgência do seu dia a dia não a permite ter tempo para refletir sobre tudo aquilo pelo qual já passou, e o objetivo deste documentário é fazer com que exista algo que Carolina Patrocínio possa imortalizar sobre a sua vida. “É algo que eu vou imortalizar, que eu acho que vou ter orgulho de ver, ver a minha relação com os meus filhos, momentos importantes da minha carreira, tantas coisas”, disse.

E por falar em filhos, Carolina Patrocínio não é a única protagonista deste documentário. Grande parte dos momentos filmados são passados ao lado dos quatro filhos, Diana, Frederica, Carolina e Eduardo, assim como do marido, Gonçalo Uva, com quem está casada desde 2013. A relação que a apresentadora tem com os filhos é quase como se fossem todos amigos de longa data, dando-lhes a oportunidade de serem quem são logo desde pequeninos, e Carolina Patrocínio faz sempre questão de reforçar isso. 

“A educação é quase como uma cópia de comportamentos. Os meus filhos, o que tiram de mim é muito o lado independente, o lado prático, são miúdos virados para a solução, são crianças bem resolvidas entre elas, que conseguem gerir o conflito e as injustiças sozinhas”, começou por explicar.

O documentário torna-se engraçado exatamente por termos a oportunidade de ver esse lado mais inocente das crianças, que não conseguem ter um guião para seguir. Desta maneira, é assim que percebemos que a produção é tudo menos fabricada. 

Comovo-me sempre a ver as imagens que agora estão neste documentário e que, ao final do dia, é aquilo que se passa na minha vida. Porque está muito transparente, é impossível programar, é impossível ensaiar e tudo o que se passa aqui é verdadeiramente genuíno. Por mais que elas soubessem que estavam a ser acompanhadas, ao fim de meia dúzia de minutos, esquecem-se”, explicou Carolina Patrocínio. 

Veja as primeiras imagens.

A apresentadora não é a única protagonista, e em “Carol Patrocínio” também há espaço para as vozes mais importantes da sua vida: da mãe, das irmãs, do tio, do pai, e por aí fora. “Uma história tem que ser contada por várias pessoas. Os meus pais com alguma reticência, mas felizmente acederam a este convite. O meu tio, que é uma pessoa muitíssimo importante na minha vida. E depois, naturalmente, as minhas irmãs não poderiam ficar de fora. Eu não seria a Carolina sem as minhas irmãs”, disse.

No entanto, além do facto de uma história ter de ser contada por várias pessoas, a verdade é que uma história também precisa de ter várias outras dentro dela, para então se conseguir formar algo real - e Carolina Patrocínio tem a sua dose. Desde os primeiros momentos no mundo da televisão à primeira tragédia pública, passando por todas as críticas que recebeu até aos momentos em que precisou de respirar.

Um dos momentos mais emotivos do documentário é quando a apresentadora acaba mesmo por abrir o coração, falando sobre quando Francisco Adam, o eterno Dino de “Morangos Com Açúcar”, morreu. Carolina Patrocínio era a namorada do ator na altura, e foi aí que experienciou em primeira mão a vida de alguém conhecido. No entanto, há coisas que não são possíveis suportar, e a apresentadora acabou por fechar esse assunto a sete chaves no seu coração. Até fazer o documentário. 

Não impus absolutamente nada de regras, de narrativa. Eu entreguei-me totalmente. E quando essa pergunta surgiu, confesso que me emocionei bastante. São muitos anos num assunto guardado. Há muitas pessoas que me acompanham desde essa altura, pessoas que são da minha geração, que têm presente a memória e a vida do Francisco Adam. E, portanto, é um convite que eu faço. Vejam, e percebam o que se passou”, disse. 

Além deste, Carolina Patrocínio mostra também como ultrapassou outro dos momentos mais emotivos da sua vida: subir o ponto mais alto de África, o Kilimanjaro. Entre preparações na Serra de Sintra aos incidentes no topo da montanha, a apresentadora desvenda tudo, e o quanto gostaria de voltar a fazer algo parecido. “Quem sobe uma montanha faz uma viagem interior absolutamente inexplicável. É impossível conquistares o ponto mais alto da África e haver alguma coisa em ti que não mude”, referiu.

“No nosso dia a dia somos atolados de estímulos, de exigências, da urgência do tempo. E na montanha nós não somos ninguém, só subimos a montanha se ela deixar, na verdade. E sentimos o quão vulnerável somos. Eu acho que isso foi um dos maiores ensinamentos que eu tive, de termos que confiar no grupo, de existir solidariedade humana. Foi um momento muito emocional para mim”, explicou. 

E foi também destes momentos mais solitários, sem a pressão do mundo sob os ombros de Carolina Patrocínio, que também se fez o documentário. Mesmo que tenha sido por meros minutos, há um momento em que a apresentadora caminha, sozinha, como se estivesse a simbolizar que, por vezes, também ela precisa de respirar. “Eu tenho muitas vezes períodos em que choro sozinha ou que me permito viver algumas coisas que não me correm bem. E eu quis que eles ficassem imortalizados no documentário. Vêm sem aviso."

Uma coisa é certa: “Carol Patrocínio” não é apenas um documentário onde as pessoas vão andar de trás para a frente com a apresentadora, mas sim um espelho real daquilo que a influenciadora enfrenta no seu dia a dia, quer seja bom ou mau, e que fazem parte da sua história. “Cada vez tenho mais a certeza de que isto é a minha história e que merece ser contada”, concluiu.