Marta e Diogo, 25 anos, tinham, até maio do ano passado, um emprego estável nas suas áreas de formação. Diogo é cozinheiro e trabalhava num restaurante no Guincho, Marta é arquiteta e todos os dias saía de casa para o atelier perto de Sintra, zona onde vivem. Tinha tudo para correr bem, não estivessem os jovens descontentes com a vida que estavam a levar e as horas a mais que trabalhavam, que não lhes permitia aproveitar a vida em casal e as coisas simples que os rodeava.
"Despendíamos muitas horas do dia para os nossos trabalhos e estávamos a levar uma vida que não era que a queríamos. O Diogo, principalmente, trabalhava mesmo muitas horas por dia e acabávamos por não desfrutar de pequenos momentos como, por exemplo, apreciar o campo no qual vivemos", conta Marta à MAGG.
A vontade de fazer algo que os deixasse realmente realizados e que permitisse, ao mesmo tempo, apreciar as coisas simples da vida, fez com que os jovens se despedissem e decidissem criar um projeto em conjunto. Assim, em agosto de 2021, nasce o Arcaico.
"Pensámos em investir num negócio que nos permitisse continuar nas nossas áreas, mas com o estilo de vida que queríamos. Como ainda não temos filhos, tínhamos também uma situação mais segura para arriscar e decidimos os dois deixar os trabalhos que tínhamos. Fomos à procura de vários sítios onde pudéssemos criar o negócio que une a cozinha e o meu trabalho. Arquitetura em si não achámos que fosse possível, mas um dos meus hobbies, que é fazer telas e peças em cerâmica, faz sentido", continua a jovem de 25 anos.
É no primeiro piso do mercado de Sintra que pode encontrar o Arcaico — o projeto 100% artesanal que junta chutneys, compotas, pickles, peças de cerâmica e telas. "Fez todo o sentido [ser no mercado de Sintra], até porque nos produtos que o Diogo confeciona usamos tudo do mercado e dos produtores locais. A ideia é que seja tudo o mais caseiro possível e, por isso, recorremos também muitas vezes aos excedentes destes produtores", explica Marta.
"Já houve casos em que agricultores trazem, por exemplo, x morangos, mas não os conseguem vender todos. Compramos e reaproveitamos tudo nos nosso produtos", acrescenta Diogo.
Nesta mercearia, que serve também de atelier, as pessoas podem não só comprar como assistir à confeção dos produtos e das peças de artesanato. Doce de pêra e vinho do Porto (4,95€), doce de morango picante (4,95€), chutney de cebola roxa (6,90€), pickle de rabanete (7€) ou lima em conserva (7,50€) são alguns dos exemplos que aqui pode encontrar.
Na parte do atelier há chávenas para café, vasos, canecas, peças de decoração, pratos e ainda telas para decorar a casa. O preço das peças, que podem ser encomendadas antecipadamente, varia entre os 12 e os 48€.
Além de poderem ser comprados em loja, em Sintra, todos os artigos do Arcaico podem ainda ser encomendados através do site e enviados para qualquer zona do País. Além disso, os artigos confecionados pelo casal encontram-se ainda em alguns pontos de venda de norte a sul e em feiras onde Marta e Diogo vão estando presentes.
De acordo com o casal, o feedback por parte do público não podia ser melhor. "Sentimos que as pessoas estão cada vez mais à procura de coisas novas e artesanais e temos vários clientes que já visitavam o mercado e que agora são nossos clientes habituais", remata o casal que, neste momento, já está a testar novas conservas.