Podemos não ter o melhor hotel do mundo, mas pelo menos Portugal conta com seis na lista dos melhores da Península Ibérica, de acordo com a revista "Condé Nast Traveler". Os prémios, atribuídos no início do mês, contemplaram também os melhores hotéis do mundo e em primeiro lugar na lista ficou o hotel de cinco estrelas La Mamounia, em Marrocos, um sítio "opulento", como descreve a revista de viagens.
Vamos dar a conhecer o hotel erguido num antigo palácio, que ficou no topo da lista com 50 vencedores, com base na votação de 800 mil leitores que responderam aos inquéritos da conceituada publicação. A ocupar as medalhas de prata e bronze ficaram as unidades Waldorf Astoria Shanghai, em Shanghai, China, e o Raffles Istanbul, na Turquia, respetivamente.
Entre as cinco dezenas de unidades, há duas perfeitas para o inverno: o Badrutt's Palace, na Suíça (5.º lugar), e do Hotel SP34, na Dinamarca (6.º posição), que ficam cobertas por um manto branco de neve quando as temperaturas descem.
Mas vamos ao que importa: o melhor do mundo (não, não falamos de Cristiano Ronaldo, que mesmo com unidades assinadas em nome próprio não entrou nesta lista). O hotel fica a pouco mais de 1h30 de avião, com partida em Lisboa, o que é quase nada para as horas únicas que terá à sua espera.
Um hotel para viver das 8h às 20h
No La Mamounia, o dia começa cedo com o pequeno-almoço buffet servido das 7h às 11h, com tudo aquilo a que tem direito: ovos Benedict, panquecas altas e fofas estilo pankēki (em Marrocos chamadas de Baghrir), tradicionais R'ghaif (género de pastéis), pratos de fruta variada e omeletes.
Ao almoço e jantar (das 12h30 às 15h e das 19h às 23h), é obrigatório passar pelo restaurante asiático L’Asiatique par Jean-Georges, com pratos concebidos pelo chef Jean-Georges Vongerichten que vão desde o caril, vegetais crocantes e sushi "com precisão incomparável", descreve a unidade.
O mesmo chef apresenta uma carta italiana no L’Italien par Jean-Georges (das 12h30 às 15h e das 19h às 23h) e, como não podia deixar de ser, há um restaurante exclusivamente dedicado à gastronomia do país, o Le Marocain, desta vez da autoria do chef Rachid Agouray, que apresenta as tradicionais tagines, bem como cuscuz. Quem se senta para jantar entre as 18h e as 23h, fá-lo em cadeirões de veludo e com copos finos de pé com vinho para acompanhar a refeição.
Já para a noite, o plano é ir até ao Le Churchill, o bar do hotel localizado na galeria Mamounia, mesmo no centro da unidade. Aqui, vai poder provar os cocktails ousados do barmen, que nunca para de agitar os shakers das 18h às 23h. É um sítio sofisticado, que confere máxima privacidade e momentos de luxo com caviar para acompanhar as bebidas luxuosas.
Não são quartos, são aposentos dignos de um rei
A imponência do lado de fora do hotel deixa prever que o mesmo vamos encontrar dentro dos 135 quartos e 71 suites do La Mamounia. Há ainda suites especiais e riads para os hóspedes viverem uma verdadeira experiência marroquina.
Começando pelos quartos, quem entra repara num pormenor que numa qualquer outra unidade seria insignificante: o teto. Aqui é tão ornamentado, ao estilo Zouac e Moucharabieh, que é difícil não ficar uns quantos minutos de cabeça inclinada a apreciar esta obra de arte. Os olhos vão descendo até à cama com cabeceira em veludo e seguem para as casas de banho em mármore. Os quartos são dotados de tanto luxo que fica difícil prever como se distinguem as suites e restantes opções de alojamento.
Ora bem, prepare-se que a fasquia vai subir: as suites regulares caracterizam-se por serem ainda mais espaçosas, como se de uma casa de tratasse. Por exemplo, as suites executivas têm um quarto, uma sala de estar e dois terraços comunicantes e as Agdal cerca de 77 metros quadrados. Já as suites especiais acrescentam história à decoração, dado que foram construídas com inspiração no contexto "arquitetónico, artístico e cultural" envolvente.
Por último, os riads, são um conceito de alojamento mais exclusivo que fica no coração do Parque La Mamounia. Os hóspedes (até seis pessoas) têm a sua própria piscina aquecida e um terraço privado, bem como uma sala de jantar, de estar e três quartos com casa de banho.
Porquê ficar e quanto custa?
Após explorarmos o hotel de uma ponta à outra, acreditamos que não ficam por enumerar razões para visitar aquela que é considerada a melhor unidade hoteleira do mundo. Contudo, a "Condé Nast Traveler" apresenta mais motivos o La Mamounia estar no topo da lista.
A revista destaca as "palmeiras, jardins paisagísticos e fontes, onde os espaços de lobby e os bares são cobertos com sedas e veludos escuros que incorporam todas as razões que nos levam a Marraquexe em primeiro lugar", descreve a Condé Nast Traveler para quem ir à cidade marroquina e não "passar a noite num dos quartos de azulejos deste antigo palácio, é quase como se nunca tivesse estado em Marraquexe".
Os jardins de oito hectares com cactos, jacarandás, laranjeiras, palmeiras e rosas são de facto um dos emblemas da unidade, aos quais se juntam a sala de cinema, a sala de jogos e o L’Œnothèque — o wine bar no piso inferior do hotel para uma experiência de degustação, com seleção de vinhos requintados.
Diríamos também que entrar no La Mamounia e não passar no Spa & Bien-être é como nunca ter estado na unidade. Se a decoração marroquina do hotel de cinco estrelas já é tranquilizadora o suficiente, agora pense a sensação de estar no spa com o mesmo ambiente que combina "mármore, curvas arredondadas e a regularidade do tadelakt [superfície de gesso à prova d'água]", descreve a unidade. Não é por acaso que o spa é considerado um "verdadeiro santuário dedicado à beleza e ao bem-estar" que vai desde os vapores de água do Hammam até às massagens a quatro mãos ou baseada na reflexologia.
Agora, a parte menos agradável desta visita guiada pelo La Mamounia: quanto custa ter acesso a todas as comodidades? Uma noite para duas pessoas começa nos 7 000 Dirhams marroquinos (cerca de 666€).