Alexandra e Filipe, José e Joséphine, Catarina e Benoit. São nomes de casais franceses e portugueses, que nas suas respetivas épocas viveram bonitas histórias de amor. Agora voltam a reencontrar-se no Cocorico Luxury GuestHouse, servindo de inspiração a cada um dos dez quartos do mais recente espaço de alojamento no Porto, que integra ainda um restaurante de autor, que evoca a viagem e a refeição a bordo do Expresso do Oriente.
"Este é o nosso primeiro investimento do grupo Millésime fora da França", explica à MAGG Philippe Monnin, proprietário do Cocorico Luxury GuestHouse e CEO do Grupo Millésime Collection.
O grupo começou em 2015, e tem agora sete hotéis e oito restaurantes em França. Porquê começar a expansão internacional pelo Porto, então? "Seguimos as vinhas. Começámos perto de Bordéus, depois fomos para Reims, agora para o Porto. O Porto tem uma das vinhas mais famosas do mundo, por isso tornou-se evidente vir para esta região. Uma cidade e um País em expansão."
Ela escolheu cada objeto, cada pormenor complementar, cada material que é usado na decoração. Por exemplo, as cores laranja e amarelo são dominantes porque fazem-lhe lembrar as laranjeiras e limoeiros que ela reconhece como uma paisagem de Portugal."
Situado no número 97 da Rua Duque de Loulé, o Cocorico Luxury GuestHouse resulta da recuperação de uma casa de hóspedes e de uma habitação privada, num investimento total de cerca de três milhões de euros. Tal como os restantes hotéis e restaurantes do grupo, este espaço segue a mesma filosofia: redescobrir a arte do estilo de vida francês. Aqui esse ambiente conjuga-se com a identidade portuguesa, em particular a portuense.
"A ideia do conceito do Cocorico é originalmente de Marie-Christine Mécoën, a diretora de design e decoração do Grupo Millésime. Todos debatemos várias ideias, mas a Marie-Christine criou esta atmosfera, esta relação entre a França e Portugal que podemos sentir e perceber em todos os quartos do Cocorico."
Vamos começar então por falar nos quartos. Já dissemos que eram dez, acrescentamos agora que são sete duplos e três familiares (máximo de quatro pessoas). Cada um com uma decoração muito própria, predominam o pé direito alto, as grandes janelas e o design elegante e colorido — uma ode às cores de Portugal e França.
Foi Marie-Christine Mécoën quem tratou da decoração: "Ela escolheu cada objeto, cada pormenor complementar, cada material que é usado na decoração. Por exemplo, as cores laranja e amarelo são dominantes porque fazem-lhe lembrar as laranjeiras e limoeiros que ela reconhece como uma paisagem de Portugal."
Há mais: o azul também está lá numa alusão clara ao mar, o ferro preto das janelas é bem típico tanto em Portugal como em França. De destacar ainda a preocupação em manter a traça e arquitetura portuguesas.
Numa última nota sobre os quartos, aqueles que ficam do lado da rua têm pequenas varandas e vista para os edifícios antigos do Porto. Os quartos do terraço ficam no primeiro e segundo andar e têm grandes varandas que permitem ver o terraço do hotel. Por fim, há dois quartos no terceiro andar que deixam apreciar a paisagem com os telhados do Porto.
O restaurante que é uma viagem ao estilo do Expresso do Oriente
Um dos comboios mais luxuosos do mundo, com passageiros que iam desde burgueses milionários até membros da aristocracia europeia. Falamos do Expresso do Oriente, que foi inaugurado em 1883 e ligava Paris a Istambul numa viagem que durava cerca de 80 horas. Ao longo dos anos a rota foi sofrendo várias alterações, até ser extinto em 2009.
O restaurante Cocorico procura recriar esssa viagem numa cabine de comboio, contando ao mesmo tempo uma história de amor entre a cozinha francesa e os vinhos do Douro. Com ares de brasserie parisiense, simboliza a viagem contínua entre Paris e o Porto. Não faltam sequer as divisórias de vidro, para que os clientes sintam que estão de facto a viajar num comboio.
A ementa foi pensada pela chef executiva do grupo, Flora Mikula, e concentra-se em pratos tradicionais da culinária burguesa francesa. A carta divide-se em dois: há as sugestões A Toda a Hora que, como o próprio nome indica, são para desfrutar a qualquer momento do dia. Não falta a tábua de enchidos (19€), sardinhas Milléssime da conservaria Perle de Dieux servidas em pão tostado (12€) e uma proposição de bolos, bolachas e natas do momento (8€).
Esta é a primeira parte da ementa. A segunda é Uma Viagem em França, com sete entradas, sete pratos principais e sete sobremesas. Destacamos para começar a tempura de sardinha com creme de anchovas (8€) ou 9 "petit pots" de caracóis em manteiga de chouriço e salsa (20€).
Para prato principal, há risotto de lavagante em arroz vermelho de Camargue (33€), uma delicada tarte de salmonete (25€) ou Magret de pato (24€). Para sobremesa, profiteroles de chocolate com gelado de baunilha (7€) ou arroz doce de citrinos (6€) são algumas das opções.
Além do serviço de refeições, o restaurante tem ainda um bar de cocktails. Durante o verão, os barmen do grupo vão testar e formar equipas, para que na inauguração oficial em setembro seja apresentada uma coleção completa de cocktails. A ideia é ter um verdadeiro cocktail bar, que estará em funcionamento de quinta-feira a sábado.
Consoante a tipologia dos quartos, os preços por noite variam entre os 180€ e 280€ em época alta.