O número 34 da avenida Almirante Reis é agora ocupado por um hotel de quatro estrelas. O Dos Reis Beautique Hotel foi inaugurado esta terça-feira, 7 de março, numa cerimónia presidida pelo presidente da câmara municipal de Lisboa, Carlos Moedas.
Esta é a quarta unidade hoteleira do grupo The Beautique Hotels (TBH), à qual pertencem também o Figueira Beautique Hotel, na Praça da Figueira, repleto de figos, o WC Beautique Hotel, inspirado numa casa de banho de luxo, do outro lado da estrada, e o Madalena Beautique Hotel, na Rua da Madalena, dedicado às mulheres — todos em Lisboa.
O boutique hotel mais recente é dedicado às pessoas da avenida Almirante Reis (antes Avenida D. Amélia). "É um incentivo a esta grande avenida onde cabe o Mundo inteiro. A freguesia mais multicultural de Lisboa, com 92 nacionalidades diferentes", recorda Moez Rajabali, dono do grupo hoteleiro. Para Carlos Moedas, é "a freguesia da diversidade, da multiculturalidade, da diferença".
E podia mesmo ser um hotel dedicado à realeza, seja pelas peças de mobiliário de época espalhadas pelos cinco pisos, pelos imponentes espelhos barrocos (e não só) ou por todo o mármore e vidro que o envolvem. Mas o grande destaque vai para o candeeiro gigante com que damos de caras assim que entramos, em forma de coroa dourada, com grafiti, tabuletas e até um pombo.
É obra do artista e ilustrador Mário Belém e do Atelier Nini Andrade Silva, que, responsável pelo design de interiores deste e dos restantes hotéis do grupo, tem vindo a aliar o conforto à genialidade criativa, assim como frisam os responsáveis. As alcatifas que cobrem grande parte do chão foram desenhadas em exclusivo e o bar conta com uma garrafeira suspensa.
O bar e restaurante Anarchia, com uma carta italiana e esplanada, tem uma porta direta para a rua e pode ser frequentado por qualquer pessoa. Fica logo à esquerda quando se entra na "receção". Aqui está outro dos elementos diferenciadores do Dos Reis: não possui uma receção fixa e, portanto, típica. Os rececionistas vão andando pelo piso térreo, disponíveis para ajudar os novos hóspedes.
"É o nosso primeiro hotel sem receção marcada, com rececionistas dinâmicos", revelou Alfredo Tavares, diretor-geral dos hotéis do grupo, aos jornalistas, durante a inauguração. Isto para se "conseguir fazer check-in em qualquer sítio do hotel", desde os quartos ao bar.
Com esta iniciativa, optam por "automatizar o processo sem perder o contacto pessoal". "É um passo daquilo que é o futuro, sem aquela parte burocrática que se perde muito com o cliente", crê o diretor-geral dos hotéis da cadeia cujo mote é "Where Beauty Meets Beautique".
No total, existem 54 quartos (com duche, ar condicionado, secretária e espelhos que são também televisões). Se der entrada na sexta-feira, 18 de março, num quarto de tipologia twin, com duas camas de solteiro, paga 126€ por noite ou 150€ com pequeno-almoço incluído, para duas pessoas.
Se preferir um double room, com cama de casal, fica por 119€ por noite ou 143€ com a primeira refeição do dia, de acordo com a simulação feita pela MAGG. A master suite, no quinto andar (número 504), tem dimensões maiores e um luxo acrescido, mas, no geral, todo o hotel tem um aspeto clean, em tons cinza e champanhe, com janelas que vão quase do chão ao teto.
É o primeiro hotel do grupo a ter um business center, portanto, salas para eventos e reuniões. São três salas que podem funcionar em conjunto ou separadas, graças às divisórias. Albergam mais de uma centena de pessoas de pé e uma delas conta com uma garrafeira.
O Dos Reis Beautique Hotel abre portas uma década depois do começo do império da família Rajabali, com o primeiro hotel. "Dez anos que representam a concretização de um sonho da nossa família. Foi aqui que tudo começou, junto dos nossos queridos pais", aponta o dono do grupo, sobre este projeto que foi "resultado de uma obra de reabilitação urbana".
"Tornou-se um desafio bem difícil, já que atravessou toda a fase da pandemia", relembra. A abertura estava prevista para 2020, segundo o que o Diretor-Geral disse à MAGG, "mas seria impossível". "Este hotel atravessou uma pandemia, agora uma guerra, portanto não foi uma obra propriamente fácil", aponta Alfredo Tavares, que assumiu a função há meio ano.
Esta data emblemática foi, então, marcada com uma homenagem aos "reis da rua", assente na diversidade e na heterogeneidade da avenida. "Este fim de semana provavelmente já vamos estar completos", prevê o diretor-geral, que revelou à MAGG que o grupo já tem mais dois projetos: um para Lisboa e outro para o Porto.