"Vou agora à rua e vou ficar ao lado da piscina. Não vou dizer nada e vai só ouvir, ok?". Assentimos. "Só um momento", disse Frank Persyn, enquanto aguardávamos do outro lado do telefone. "Ok, estou ao lado da piscina". Passaram-se segundos e não ouvimos nada (apenas corriam pensamentos sobre que mensagem estava o belga a tentar passar-nos). "Isto é a atmosfera que queremos criar no Farmhouse of the Palms Algarve e acho que conseguimos levar os hóspedes a um lugar de tranquilidade", explica-nos o proprietário.
O Farmhouse of the Palms Algarve, em São Brás de Alportel, tornou-se adulty only no ano passado (mais ou menos, porque recebe crianças a partir dos 13 anos), mas o que é certo é que se consegue tamanha paz, que até se sussurra ao andar pelo alojamento local.
"Mesmo quando falamos, durante o pequeno-almoço ou ao lado da piscina, falamos com voz reduzida, baixa. Porque é como se ninguém quisesse quebrar o silêncio", refere Frank.
O alojamento local Farmhouse of the Palms Algarve abriu em 2015 pelas mãos de Frank Persyn e da mulher Veronique, casal belga que veio para Portugal há mais de uma década e comprou em 2013 uma quinta. Optaram por remodelá-la e daí nasceu este turismo local.
Durante cinco anos tiveram apenas cinco suites, mais tarde acrescentaram duas, e acabam de juntar outro par à oferta (prontinhas a estrear, estão apenas à espera da licença).
A novidade foi anunciada no Instagram, publicação em que dizem que as novas suites oito e nove estão "entre as nossas melhores criações: minimalistas, serenas, com tons quentes e (esperamos) intemporais". Quisemos saber porquê.
"Como disse, começámos com cinco, depois passámos a sete e agora temos nove. E o nosso gosto, a decoração, o estilo e o ambiente dos quartos mudou durante estes anos. Quando começámos, não havia interior designer, então fomos nós a decorar. São muito minimalistas. Depois criámos o seis e o sete e já estão mais quentes, acolhedores. E agora estes são os quartos que resultam melhor", explica. Isto porque têm ladrilho Santa Catarina, da região, móveis e portas feitas por carpinteiros locais, e um ambiente sereno de tons quentes.
As novas suites são o motivo mais recente para visitar o turismo local, mas não anula outros, como o pequeno-almoço. Não é o tradicional serviço buffet, funciona antes como um restaurante matinal.
Tudo começa com entradas — bebidas quentes e sumo natural de laranja e smoothie de fruta fresca —, segue-se o prato principal a pedido, que pode ser tosta de abacate e ovo, panquecas e crepes ou papas de aveia, e para sobremesa há coisas como fatias douradas.
"Os hóspedes que ficam durante uma semana nunca vão comer mais do que duas vezes o mesmo pequeno-almoço", diz Frank, que levou para o turismo local o que sempre desejou depois de viajar com Veronique por vários países. "Vamos tentar fazer tudo na hora", pensaram e cumprem.