Pedir dicas aos amigos e familiares para preparar uma visita à Madeira é sinónimo de uma enchente de sugestões repetidas: todos vão dizer para comer bolo do caco, que é obrigatória a famosa lambeca — gelado artesanal de Porto Santo —, ir até às piscinas naturais de Porto Moniz e passar pela Cascata dos Anjos. Pode e deve incluí-las no roteiro, mas também ir à descoberta de uma ilha alternativa, com atividades que nunca pensaria fazer e locais de que ainda não ouviu falar.

O arquipélago da Madeira sempre foi um destino atraente pela beleza natural e agora ainda mais o é pelo facto de o governo regional oferecer o teste à COVID-19, isto caso não tenha já o certificado digital. Resta-lhe, por isso, comprar a viagem de ida e volta (ou só ida, nunca se sabe se não quer ficar já para a célebre passagem de ano).

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Os preços, de acordo com uma simulação na plataforma Google Flights, vão desde os 145€ caso viaje ainda em agosto e para setembro, de 25 a 30, por exemplo, custa desde 47€. Para ir no calor do verão ou quando os dias estiverem mais frescos, o que importa é que vá com o roteiro bem traçado e quanto a isso nós damos uma ajuda.

Mergulhe no artigo e na primeira opção que apresentamos, a Doca do Cavacas, um de vários segredos sugeridos pelo Turismo da Madeira.

1. Mergulhar nas águas límpidas (e secretas) da Madeira

Madeira: entre piscinas naturais, cascatas e boas ondas, sugestões que não estão nos típicos guias
créditos: DR

Assim que aterrar no Funchal, largue as malas no alojamento ou hotel escolhido (o Pestana Ocean Bay All Inclusive pode ser uma das opções), vista o fato de banho e siga para dois dos locais mais belos da ilha. São concorrentes das piscinas naturais de Porto Moniz, com a vantagem de serem menos conhecidos, logo, estarão mais livres de turistas.

Começando pela Doca do Cavacas, no Funchal, um complexo balnear invadido pelo mar e com acesso ao mesmo, bastando para isso umas braçadas nas piscinas de origem vulcânica. A Doca do Cavacas fica a poucos metros da célebre praia Formosa, mas não vai querer sair daqui tão depressa, ou sem pelo menos tirar uma fotografia do complexo que mistura a mão do homem e a força da natureza.

Vai ter de arranjar ainda tempo no roteiro para passar pelo Poço dos Chefes, em Vale das Freiras, uma pequena lagoa de água esverdeada para combinar com o ambiente que a envolve. Se aproveitar os preços da viagem mais baratos em setembro, é possível que tenha o Poço dos Chefes quase só para si, bem como espaço para estender a toalha e ficar a ouvir o som da água a correr e das cigarras.

2. Lagoa do Vento

Lagoa do Vento
Lagoa do Vento créditos: JacksonGroves

As cascatas são um dos maiores motivos para visitar a Madeira e a dos Anjos ou a da lagoa da Dona Beja estão sempre no plano ajustável da aplicação Trello (se não usa, devia). Sendo ajustável, está na altura de tirar uma das duas para adicionar ao roteiro a Lagoa do Vento, que acaba por ser a preparação para as aventuras dos pontos seguintes.

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Isto porque até lá chegar, o percurso é feito num terreno acidentado, irregular e escorregadio no meio da natureza. Mas tudo vale a pena pela paisagem com inúmeros detalhes que vão obrigá-lo a parar para captar a imensidão deste lugar. A cascata é formada pela corrente que cai do alto da escarpa da Ribeira do Lajeado em direção à lagoa de água translúcida movida pelo vento que lhe dá nome.

3. A Madeira sob uma diferente perspetiva

buggy
créditos: airbnb

Sabe o que é um buggy? Nós explicamos. Trata-se de um pequeno veículo motorizado, sem portas ou tejadilho rígido e preparado para andar em terrenos acidentados. Já percebeu tudo certamente. Trata-se de um passeio a bordo de um buggy que parte do Funchal em direção a Santo António, mais precisamente até a 1.811 metros de altura. Também passará pelas casas típicas da Madeira de modo a que não vá embora sem ver o que é mais tradicional, e ao final do dia regressa ao ponto de partida. O passeio custa a partir de 80€ por pessoa.

Passamos agora para um outro tipo de passeio, desta vez a pé pelos cursos de água do Funchal, no leito de uma ribeira. O percurso é feito sem corda, no entanto, mas de forma segura, com o devido fato neoprene e capacete de proteção e no equipamento estão ainda incluídas botas, meias neoprene e toalha. A caminhada aquática custa desde 60€ por pessoa.

A pé ou a cavalo, já diziam os antigos, o que importa é que de ambos os modos vai descobrir a ilha da Madeira de forma pouco convencional e que nada tem que ver com a volta de carro que todos fazem em meio dia. Trata-se de ver a ilha bem de perto, sentir os cheiros, os relevos e até o pó (é capaz de fazer parte do passeio de buggy).

Ambas as aventuras, de buggy e caminhada, estão disponíveis na plataforma Airbnb.

4. Rum medalhado que maturou oito meses no fundo do mar

Rum Agrícola Madeira 970 Reserva
Rum Agrícola Madeira 970 Reserva créditos: instagram

No final de 2019 foi retirado do mar o primeiro lote de garrafas de rum que esteve a maturar durante oito meses no fundo do mar madeirense. Trata-se do Rum Agrícola Madeira 970 Reserva da Destilaria Engenhos do Norte, uma ideia inovadora e arriscada, não fosse o mar salgar a bebida que resulta da fermentação alcoólica do sumo fresco de cana-de-açúcar e posterior destilação. Depois de várias medalhas, o Rum Agrícola Madeira 970 Reserva acaba de ganhar mais uma, desta vez em ouro no Meininger's International Spirits Awards, na categoria de Rum Agrícola.

Não poder sair da ilha sem provar este rum especial, que vai poder encontrar (e provar) no Engenhos do Norte, o único Engenho na Europa a trabalhar a vapor, em Porto da Cruz. Está aberto todos os dias das 10h às 18h.

5. Pastel de Castanha

Sabores do Curral
Pastel de Castanha do Sabores do Curral créditos: divulgação

Reabasteça-se antes de ir embora com a doçaria do arquipélago da Madeira. Sabemos que com tanto bolo do caco nas entradas muitas vezes não chegou às sobremesas, sugerimos, por isso, que dedique um lanche exclusivamente ao pastel de castanha. Onde provar? Na esplanada do Sabores do Curral, um restaurante típico na pitoresca freguesia do Curral das Freiras.

Pode comer outras sobremesas típicas no mesmo sítio, como o bolo preto, ou guardar-se para as famosas lambecas. Vai encontrar o gelado típico tirado numa máquina à moda antiga no centro da Vila Baleira, junto ao pelourinho.