O Ventozelo Hotel & Quinta está entre os três melhores hotéis gastronómicos do mundo e é o único português na lista da National Geographic Traveller. No total, foram distinguidas 39 unidades de todo o mundo nos prémios anuais da publicação internacional, sendo que o destaque dado a Portugal diz respeito à categoria Gourmet Getaway: Best Gourmet hotel. Tendo em conta a localização do hotel — em pleno coração do Alto Douro Vinhateiro, no concelho de São João da Pesqueira —, é fácil perceber porquê: os produtos produzidos nas terras da quinta e os vinhos marcam o hotel de quatro estrelas e chamaram a atenção dos jurados.
"O Douro é decantado nesta quinta", onde para "além das paisagens deslumbrantes, se destaca o restaurante farm-to-fork cujos menus e pratos servidos são ditados pelas mudanças das estações do ano e pela natureza", descreve o júri que distinguiu o Ventozelo Hotel & Quinta.
Para lá dos 400 hectares (200 dos quais de vinha) e dos 29 quartos da arquitetura moderna que vão desde a Casa do Feitor aos Balões (suites independentes de formato esférico), o que mais se destaca na unidade é o que é servido nos pratos e nos copos.
Começando pelos últimos, só podiam fazer parte das experiências de enoturismo da quinta no Alto Douro Vinhateiro. Entre estas estão as provas de vinho do Douro, desde a prova descoberta (a partir de 14€ para três vinhos Ventozelo DOC Douro) até à prova especial de quatro vinhos DOC Douro (40€). Se gosta de surpresas, a prova enigma é para si (20€) e se é tanto de vinho como de comida, a combinação cinco sabores Ventozelo (20€) é ideal, uma vez que junta iguarias como azeite, pão, azeitonas e os vinhos — tudo da quinta.
Este é já um cheirinho das experiências à mesa, que acontecem de forma mais demorada no restaurante Cantina de Ventozelo onde antigamente eram servidas as refeições dos trabalhadores da Quinta. Hoje em dia são os hóspedes que têm direito a refeições, preparadas com ingredientes produzidos na quinta e na região. Assim, da horta para a cozinha e dos tachos para a mesa, os ingredientes são a base para que este seja um dos melhores hotéis gastronómicos do mundo. Contudo, para conquistar esse lugar, foi preciso um toque do chef Miguel Castro e Silva, responsável pela consultadoria das cartas, que manteve as receitas tradicionais, adicionando-lhes técnicas modernas.
Para perceber melhor o que resultou daqui, o melhor é sentar-se primeiro no terraço para algo ligeiro, como uma sandes de pão a forno de lenha do hotel, com pasta de tomate e presunto (10€). Um cocktail de vinho do Porto (9€) para acompanhar e uns minutos de silêncio porque não se fala de boca cheia, muito menos cheia do que aqui se prepara — é para desfrutar em pleno.
Depois, dê umas braçadas na piscina infinita se estiver calor, faça um dos percursos pedestres, como o caminho das vinhas (35€), uma tour de birdwatching ou uma visita ao centro interpretativo no edifício contruído no século XVIII, para ganhar fome para o jantar. Pode optar pelo menu (35€) ou escolher à carta. Entre as opções há coxa de galo com arroz de legumes da época, posta de vitela Barrosã e bacalhau à lagareiro. A cantina também serve almoços. Se da confeção resultarem detritos orgânicos, estes são depositados no compostor que serve depois das hortas da quinta, dando continuidade às práticas sustentáveis e de respeito pela natureza que aqui se praticam.
Os vinhos têm da fazer parte das refeições e pode escolher entre uma seleção de brancos, tintos, rosés, espumantes ou do Porto. Para variar, há também gin feito na região: o gin Ventozelo craft dry gin (desde 12€).
Para usufruir de tudo isto tem de ficar pelo menos uma noite na unidade de quatro estrelas, que custa a partir de 140€ para dois adultos em setembro.