O problema das dietas é que costumam falhar. Há restrições, há fome, há algum sofrimento — físico, mas sobretudo psicológico. Os quilos a mais podem até desaparecer, mas o mais certo é que sejam recuperados assim que o plano ficar sem efeito.

O mais importante para um peso e saúde equilibrados é a adoção de hábitos permanentes. Com eles não vai perder três quilos numa semana. Mas, ao longo da vida, vai perder mais. E o mais provável é que nunca mais tenha de pensar na palavra dieta — não vai precisar. Além disto, vai adquirir práticas que beneficiam a saúde por inteiro.

A MAGG falou com cinco mulheres que nunca estão de dieta, mas que estão sempre bem, por dentro e por fora. Estas são as rotinas de que já não prescindem. E, não, elas não vivem só de saladas. Também comem crepes com chocolate e bebem cerveja.

Evitar processados

“Evito os alimentos processados e, tendo em conta o tempo, tento fazer tudo em casa”, diz Sílvia Abreu, 24, a trabalhar na área de produção televisiva. “É mais saudável e melhor no que diz respeito a controlo de alimentação. Os pequenos-almoços por exemplo faço panquecas ou pão de banana.”

Recentemente, um estudo, publicado na The BMJ, associou alguns tipos de comida processada — as ultra, mais ricas em gorduras saturadas, sal e açúcar — ao aparecimento de alguns tipos de cancro, como o da mama e do colorretal. Outra investigação sugeriu que 61% da energia da alimentação vem deste tipo de alimento.

Sílvia Abreu tem 24 anos e é produtora de televisão. Troca os processados por receitas caseiras.
Sílvia Abreu tem 24 anos e é produtora de televisão. Troca os processados por receitas caseiras.

Fazer sobremesas em casa

"Quando quero sobremesas também não compro já feitas", continua Sílvia Abreu. "Faço em casa e escolho receitas em que posso optar por uma farinha com mais benefícios do que a de trigo e que não levem açúcar."

Valorizar as excepções

Bolos, bolachas e outros pratos mais calóricos ou menos saudáveis não devem ser a regra, mas sim a excepção. É bom, não só para um organismo mais equilibrado, mas porque torna especiais estas refeições ou momentos. Sílvia Abreu segue este principio: “De vez em quando é importante fugir à regra e comer o que nos apetece”, diz. "Ajuda em vários aspetos, sobretudo em conseguir manter uma alimentação saudável mais facilmente.”

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Passar pelo forno em vez de passar pelo óleo

Luísa Fortes da Cunha, 58 anos, autora do livro “Crianças Saudáveis, Famílias Felizes” e do blogue “My Casual Brunch” troca as frigideiras com gordura pelo forno. “Faço, por exemplo, pasteis de bacalhau ou pataniscas no forno”, conta. “É uma maneira de não deixarmos de comer aquilo de que gostamos e que é tradicional. E é bom na mesma.”

Luísa Fortes da Cunha tem 54 anos e é autora do blogue 'My Casual Brunch'. Prefere cozinhar sempre no forno.
Luísa Fortes da Cunha tem 54 anos e é autora do blogue 'My Casual Brunch'. Prefere cozinhar sempre no forno.

Ir buscar outras fontes de açúcar

Na cozinha, é fundamental saber fazer trocas inteligentes. Pode parecer aborrecido, mas bastará fazer uma vez para se habituar. Este é mais um dos truques da autora de “My Casual Brunch”: “Substituo o açúcar por mel e às vezes — muito menos — pelo de coco”, conta. “Também utilizo tâmaras ou ameixas secas. Utilizo-as numa das minhas receitas de barras energéticas.”

Passar tempo na cozinha

Quando cozinhamos, temos consciência de tudo o que estamos a ingerir e controlamos as porções de todos os ingredientes. É também o local certo para ser criativa com a alimentação, para experimentar, testar, errar e acertar.

Luísa Fortes da Cunha passa muito tempo nesta divisão da casa. “Faço experiências, por exemplo, com vários pratos tradicionais, que adapto e dou-lhes outro toque, para ficarem mais equilibrados”, relata. “Tenho um livro de receitas com mais de 60 anos e vou experimentando versões diferentes, em que alterno o tipo de farinhas, de gorduras ou açúcares, por exemplo.”

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Dormir muito

Para Catarina Pereira, designer de 29 anos, uma das regras mais importantes para os equilíbrio é uma boa noite de sono. “Quando estou cansada, sinto mais stresse e só me apetece comer porcarias”, conta. “Se dormir bem, o corpo sabe que não precisa daquela energia e não caio na tentação de pôr tudo à boca.”

Catarina Pereira tem 29 anos e é designer. Dormir bem é uma das suas formas para evitar más escolhas.
Catarina Pereira tem 29 anos e é designer. Dormir bem é uma das suas formas para evitar más escolhas.

Almoçar bem

Bem não significa comer este mundo e o outro. Mas também não quer dizer comer pouco. Almoçar bem significa ter um prato completo, com todos os nutrientes importantes e que previnem ataques de fome ao longo da tarde. “Faço por consumir alimentos bons, naturais e que, juntos, sejam fontes de vários nutrientes: proteína, hidratos de carbono e legumes, por exemplo”, diz Catarina Pereira. “Se houver sopa ainda melhor. Assim não como desenfreadamente à tarde e à noite.”

Ter snacks por perto e hidratar

Andar sempre prevenida com alimentos saudáveis é uma forma de evitar más escolhas. Além de beber muita água — não conta os litros, mas é frequente hidratar-se — Catarina Pereira também tenta trazer sempre consigo snacks de casa, como amêndoas torradas.

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Programar as marmitas e guardar receitas

Para Mariana Botelho, jornalista, 27 anos, um dos hábitos mais importantes para garantir que come sempre bem é programar as marmitas para a semana.

“Costumo guardar receitas que encontro na internet e, antes de ir ao supermercado, dou uma vista de olhos para programar aquilo que vou cozinhar para a semana”, conta. Desta forma, vai descobrir pratos novos e, com o tempo, conseguirá inventar as suas próprias versões.

Mariana Botelho tem 27 anos e é jornalista. A preparação das marmitas semanais é um dos seus hábitos essenciais.
Mariana Botelho tem 27 anos e é jornalista. A preparação das marmitas semanais é um dos seus hábitos essenciais.

Não ser demasiado restritiva

O equilíbrio é a palavra chave para uma alimentação equilibrada. Não ser demasiado permissiva e não ser demasiado restritiva é fundamental para não haver exageros em qualquer um dos sentidos.

“Sim, a Nutella não faz bem, os croissants folhados também não, mas se restringirmos tudo aquilo de que gostamos, comer de forma saudável deixa de ser um estilo de vida, para se tornar numa missão que se torna impossível a longo prazo”, diz Mariana Botelho. “Ao sábado me apetece lanchar um crepe com chocolate ou ao serão de sábado quero beber duas ou três cervejas, eu faço-o.”

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Apostar no chá

Além de se hidratar com água, Joana Brito, 44 anos  tem sempre junte de si chá: "Bebo mais de um litro de chá durante o dia", diz. À noite, faz o mesmo: "Para fugir aos snacks noturnos também bebo uma caneca de chá à noite e algumas sementes de girassol torradas, no forno ou na frigideira antiaderente."

Joana Brito tem 44 anos e trabalha na área da comunicação. Não come nada que não lhe dê prazer.
Joana Brito tem 44 anos e trabalha na área da comunicação. Não come nada que não lhe dê prazer.

Ter prazer pelo que come

"Tudo o que como e bebo tem de me dar prazer", diz Joana Brito, que trabalha na área da comunicação. "Sou hedonista por natureza e nada do que não me satisfaça entra no meu organismo". Não gosta das dietas detox ou restritivas. "Ficaria infeliz e aí, sim, atacaria cookies e chocolates à noite."