Existem duas formas diferentes de beber café, tal como explica à MAGG Nuno Castanheira, especialista em café do grupo Nestlé, à qual pertence a marca de cafés SICAL. Por um lado, temos o expresso que, como o nome indica, é extraído de forma rápida, por outro o café artesanal, que é preparado lentamente.
“Para extrair um bom expresso precisamos de apenas 20 ou 25 segundos”, diz Nuno Castanheira. “Já um café artesanal preparado em prensa francesa, em balão ou em cafeteiras Chemex pode demorar três minutos a ser extraído. Mas, neste caso, os aromas e os sabores vão misturar-se de uma forma diferente com a água.”
Em Portugal, a cultura do café baseava-se, até há alguns anos, no café expresso que bebíamos rapidamente ao balcão de um qualquer estabelecimento ou que preparávamos em casa numa questão de segundos. Nas últimas décadas, a forma como bebemos um expresso também mudou com a chegada das máquinas de cápsulas, que permitem tirar um café em menos de 10 segundos.
Mas se até há bem pouco tempo tínhamos o hábito de beber estes cafés tirados em tempo recorde, hoje as coisas estão a mudar. E apesar de a maioria das pessoas ainda consumir o café expresso, espesso e cremoso diariamente, há quem já procure lojas de especialidade onde existe a possibilidade de experimentar diferentes tipos de café, preparados com métodos que são totalmente opostos ao expresso.
É aqui que entra o café artesanal, um tipo de bebida que tem sido introduzido gradualmente na nossa cultura e que, aos poucos, começa a ganhar cada vez mais popularidade. Segundo Nuno Castanheira, esta mudança acontece devido ao turismo que nos últimos anos tem crescido cada vez mais no nosso País.
“Ainda estamos a consumir muito café expresso em Portugal, mas os estrangeiros que chegam ao nosso País foram-nos passando esta cultura de beber café mais tranquilamente para apreciar melhor a bebida”, diz o especialista. “Hoje, já vemos algumas pessoas, especialmente mais jovens, a procurarem lojas de especialidade e a terem vontade de experimentar métodos de preparação diferentes.”
O especialista em café conta à MAGG que esta nova tendência começou a surgir nas grandes cidades como Lisboa e Porto.
“Tal como abrem restaurantes de comida vegana, as lojas de café de especialidade também são uma tendência em ascensão”, garante Nuno Castanheira. “Ainda são para nichos de mercado, mas vão solidificar-se durante os próximos anos.”
Como escolher o lote certo para cada café
Escolher o café certo pode não ser uma tarefa fácil, até porque com o passar dos anos a escolha vai muito além do simples “café ou descafeinado”. Existem diferentes tipos de lotes, origens, moagens, e tudo vai depender do tipo de bebida que escolher preparar. No entanto, e para facilitar a escolha, Nuno Castanheira esclarece as bases fundamentais.
“Diria que um café de especialidade deveria sempre ser sempre preparado com grãos Arábica, enquanto o expresso com robustas”, aconselha o especialista em café. “Os cafés Arábica têm mais acidez cítrica, e deixam sensações mais agradáveis na boca. Já os robusta são mais amargos.”
Em Portugal, garante Nuno Castanheira, os grãos mais consumidos são os robusta, e existe uma razão histórica por trás desta escolha. Portugal trouxe o café de zonas como São Tomé, Angola e Cabo Verde, que produz grãos robusta”, explica à MAGG. “Sempre nos habituámos a beber café amargo, mas as novas gerações têm mudado isso e já vemos marcas de café com lotes de arábica.”
É o caso do café SICAL Clássico, uma combinação singular com aromas inconfundíveis a cereal e caramelo provenientes de cafés robusta africanos e arábicas brasileiros. Já no caso dos lotes origens, os blends têm características inspiradas nas regiões. O lote Nyeri, um café equilibrado, de aroma agradável, acidez cítrica e notas frutadas, tem uma envolvência característica inspirada pelos solos vulcânicos da região de Nyeri no Quénia. O lote Espírito Santo, um café equilibrado com elegantes notas de chocolate, tem uma personalidades vincada inspirada pelas regiões montanhosas de Espirito Santo, no Brasil. Toda a gama origens pode ser utilizada para preparar cafés usando métodos artesanais, como a prensa francesa, o balão ou a cafeteira Chemex.