Acrescentar a quantidade de exercício necessário para queimar as calorias de alimentos e bebidas seria uma forma de nos obrigar a fazer escolhas alimentares mais saudáveis, sugere um estudo realizado por investigadores da Universidade de Loughborough, no Reino Unido, e publicado no "Journal of Epidemiology & Community Health".

Nos resultados, a investigação concluiu que as pessoas ingeriam menos 200 calorias por dia quando confrontadas com embalagens que mostravam quanto é que seria necessário andar ou correr para gastar a energia contida em determinados alimentos, considerando que esta informação ajuda a criar uma imagem mais realista sobre se um alimento é saudável ou são.

Vamos a alguns exemplos. Para queimar uma embalagem de Ben&Jerry's Peanut Butter Cup seria necessário andar mais de 4h30 e correr 2h20. E isto é o resultado para um homem que pese cerca de 80 quilo — para uma mulher com um peso médio, o tempo seria superior.

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Para queimar um pacote de 180 gramas de Doritos Chilli, que tem cerca de 900 calorias, seria necessário correr 1h30 e andar durante três horas.

No Reino Unido, tal como em outros países como Portugal, já está implementado nos rótulos nutricionais o sistema de semáforos, que através de cores (vermelho, amarelo e verde), nos informa se determinado alimento é, ou não, aconselhável.

Porém, através de testes, estes investigadores concluem que este sistema não tem resultados suficientes junto dos consumidores: fizeram uma revisão a 14 estudos e compararam-nos com os efeitos do método que criaram, a que deram o nome de PACE, que levou os melhores resultados — confrontados com a informação do exercício físico, os consumidores consumiam menos 65 calorias por refeição.

Apesar das conclusões, os investigadores alertam para o facto de o número de estudos incluídos na investigação ser reduzido para resultados definitivos — considerando, sobretudo, que o sistema não foi testado na vida real, ou seja, em restaurantes ou supermercados.

Ainda assim, há quem destaque as vantagens. Amanda Daly, professora de ciências do exercício e da saúde na mesma instituição, disse: "As evidências mostram que mesmo uma redução relativamente pequena na ingestão calórica diária, combinada com um aumento sustentado da atividade física, será provavelmente boa para a saúde e poderá ajudar a conter obesidade no nível da população: a rotulagem PACE pode ajudar as pessoas a conseguir isso", disse, citada pelo "Daily Mail".

A ideia é que esta rotulagem seja colocada nos produtos ou prateleiras de supermercados, assim como em lojas de fast food ou nos menus dos restaurantes. "As agências de saúde pública podem considerar a possibilidade de incluir políticas para promovê-la [essa rotulagem] como uma estratégia que contribua para a prevenção e tratamento da obesidade e doenças relacionadas", diz a mesma docente académica.

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Duncan Stephenson, vice-presidente da Royal Society for Public Health, ficou entusiasmado com os resultados: “Esse tipo de rotulagem realmente coloca o consumo de calorias de um indivíduo no contexto do gasto energético e, sabendo o quão desequilibrados às vezes somos, percebemos, em parte, os níveis recordes de obesidade que enfrentamos."

Acrescentou: "Gostaríamos de ver mais pesquisas para testar se o efeito no consumo de calorias é sustentado quando a rotulagem PACE é aplicada noutros ambientes, como restaurantes e supermercados".

O vice-presidente considera ainda que, apesar de parecer pequena, estas alterações na rotulagem podem "fazer uma grande diferença geral no consumo de calorias e, finalmente, no ganho de peso."

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