Duang Chai é pequenina. Tem 1 metro e 56 e uma força que não é proporcional à sua altura. As costas são impecavelmente direitas. A postura é irrepreensível. A tailandesa de Banguecoque de 41 anos mudou-se para Portugal em 2009, depois de ter conhecido o marido português, que passava férias no seu país. “O meu nome quer dizer coração em tailandês”, conta à MAGG.

Foi com ela que recebemos uma massagem tradicional tailandesa, no novo Anantara Spa — a marca de resorts e spas premiada no World Spa Awards com o prémio de World’s Best Hotel Spa Brand 2017 —, que abriu portas no início de julho no recentemente renovado Tivoli Avenida da Liberdade, também parte do grupo Minor Hotels.

O vigor com que os tratamentos com técnica tailandesa são executados permitem um relaxamento profundo, quer físico, quer mental. Toda a equipa do spa teve formação com o tailandês Khun Nana, o mentor e guru dos spas da marca, que, pelas técnicas que desenvolveu, recebeu o prémio de Terapeuta Facial do Ano no Médio Oriente, em 2011, e o de Spa Manager do Ano, atribuído pela Menor Hotels, em 2017. 

Lúcia Cunha, responsável pelo Anantara deste hotel, escolheu a dedo todos os profissionais, tendo sido a própria a avaliar os candidatos, garante. “Temos duas terapeutas tailandesas, osteopatas, especialistas em medicina tradicional chinesa e fisioterapeutas”, diz.

Com um total de 720 metros quadrados, o Spa conta com seis salas de tratamento, das quais fazem parte três individuais, duas suites de casal e uma sala de duche Vichy, revestidas a mármore e com balneário próprio.

Uma avaliação completa, dos pés à cabeça

Nome, idade, sexo. Há alergias? Há doenças de coração? Há alguma condição de que os profissionais devam ter conhecimento? Qual é o objetivo? Relaxamento? Ter mais energia? E, de 1 a 10, como é que se sente fisicamente? E psicologicamente? Pretende uma massagem com força, média ou suave?

Os tratamentos são ajustados às características e desejos de cada cliente. É possível destacar partes do corpo específicas e níveis de força. Respondidas as questões, estamos prontos para seguir para a suite de tratamento. Duang Chai leva-nos pelo corredor com luzes baixas e calmas, com um cheiro suave que nos remete tanto para a filosofia holística como para o mundo de técnicas asiáticas que ali se replicam e praticam.

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A avaliação começa na recepção, mas a verdadeira prova dá-se já dentro da sala de tratamento. Ao contrário do que é costume, a massagem acontece com uma espécie de pijama cinzento de algodão, composto por T-shirt e calças.

“Não tem nada a ver com as outras massagens, até porque se veste um pijama, porque, como não se usa óleo e há muitas torções, não é muito confortável estar só com a roupa interior”, explica a responsável pelo Anantara, que já passou pelos melhores spas do mundo, tendo sido premiada na China, país onde viveu durante quatro anos, quando trabalhava no Ritz Carlton Shangai.

A música vai ao encontro da cultura do país para onde se viaja. Já de equipamento vestido, a massagem começa, numa poltrona, com uma limpeza e massagem nos pés, onde se utiliza óleo de uva e uma espécie de areia. Seguimos para um confortável colchão, colocado por cima do mármore branco, uns níveis acima do chão, por onde se acede através de uma pequena escada.

Duang Chai chegou a Portugal há nove anos, depois de ter conhecido o marido português. Fez um curso de massagem na Tailândia e recebeu formação do guru tailandês Khun Nana.

Os olhos são tapados com uma toalha, mas não é para dormir. E, mesmo que o objetivo fosse esse, dificilmente se concretizaria. “É como se fosse um yoga assistido. É ela [a terapeuta] que manipula o corpo”, explica Lúcia Cunha.

O tratamento com técnica tailandesa começa calmamente, novamente na mesma extremidade do corpo. A força vai gradualmente aumentando e as partes do corpo em que se trabalham os pontos de tensão também. Ao contrário das comuns massagens ocidentais, aqui são utilizados os cotovelos, o antebraço, os joelhos e, caso necessário, até os pés, para se conseguirem surtir os efeitos de relaxamento e descompressão.

Os pés são torcidos para a frente e para a trás. As mãos suaves, mas firmes e assertivas de Duang Chai vão à procura do stresse acumulado. Dos glúteos, aos gémeos, coxas, costas e pescoço, não lhe escapa um músculo. Começamos de barriga para cima, mas também nos viramos de barriga para baixo e para cada um dos lados, conforme a sessão vai avançando.

Há um motivo para a massagem tailandesa não decorrer numa marquesa tradicional. A massagista precisa de se sentar no colchão para levar o corpo aos movimentos certos. Através dos braços, que são puxados para trás, ergue-nos, por exemplo, o tronco ao máximo, enquanto se apoia, de joelhos, nos posteriores da nossa coxa. Noutros momentos, as pernas são esticadas e elevadas ao máximo, em direcção ao tronco. O corpo é torcido para todos os lados, com o propósito de ir o mais longe possível.

“A primeira sessão é de avaliação, para perceber até onde é que o corpo consegue ir”, explica a terapeuta. Quanto mais ele se liberta, maiores as torções, maior a força e maior a amplitude atingida.

No início, antes do tratamento, aconselha-se a que os clientes passem pela sauna ou banho turco para aquecerem os músculos.

Lúcia Cunha sugere que, antes do tratamento, se faça um aquecimento muscular: “Aconselhamos sempre o cliente a vir mais cedo para fazer sauna e ir aquecendo os músculos, o que permite sentir mais os benefícios do tratamento, até porque o próprio terapeuta terá mais facilidade em trabalhar o corpo. O banho turco e o jacuzzi também ajudam.”

O Anantara Spa do Tivoli Avenida da Liberdade é o 45.º. Junta-se a uma rede presente noutros espaços em Portugal (ao Anantara Algarve Resort Vilamoura e ao spa no Tivoli Palácio de Seteais) e noutros locais do mundo, como o Camboja, Qatar, China, Emirados Árabes Unidos, Maldivas, Indonésia, Moçambique, Sri Lanka, Tailândia, Brasil, Zâmbia ou Vietname. Vem substituir o Tivoli Spa que tinha sido inaugurado em 2017, pela altura em que o hotel sofreu remodelações e deixou de ser Tivoli Lisboa.

Além da massagem tradicional tailandesa (85 a 110€, de 60 ou 90 minutos), estão disponíveis mais sete opções, desde a massagem de assinatura Anatara (85€ - 110€ de 60 ou 90 minutos), a massagem de aromoterapia (85 a 110€, de 60 ou 90 minutos), de pedras quentes (85€, de 75 minutos) ou o duche vichy (50 a 85€, de 50€ ou 85€). Somam-se a estes, tratamentos faciais, cuidados corporais e experiências a dois — sensorial (120€, de 90 minutos) ou de romance (280€ de 120 minutos). Consulte a lista completa de tratamentos e massagens.