Provavelmente já passou pela frustração de comprar uma cama fofinha para o gato e ele ignorá-la por completo por preferir a caixa de cartão na qual o objeto veio para sua casa. É que os gatos não resistem a ir para dentro de qualquer que seja o compartimento semi-fechado que tiver espalhado por casa. Além disso, estudos feitos até agora garantem que a preferência por caixas está associada à redução dos níveis de stresse no animal.
Mas vamos olhar para o que a ciência já disse antes. Em novembro de 2014, por exemplo, um grupo de investigadores da Universidade de Utrecht, na Holanda, chegou a essa mesma conclusão ao analisar os comportamentos de 19 gatos, dos quais dez tinham sido levados para casa em caixas de cartão após a adoção.
Os resultados da investigação, publicados na revista "Science Direct", permitiram concluir que, dias após a adoção, os gatos que tinham sido levados para casa em caixas de cartão apresentavam níveis de stresse mais reduzidos quando comparados com aqueles que não tinham caixa.
"O stresse pode ter um impacto muito grande na saúde de um gato e levar ao aumento de incidência de doenças infecciosas devido aos níveis de cortisol [a hormona do stresse] no animal."
E embora os vários estudos até aqui tenham demonstrado uma preferência dos gatos por lugares onde se possam esconder, nenhum até agora concluiu se estes lugares seriam eficientes para efeitos de quarentena, explicam os investigadores.
Terá sido precisamente essa a conclusão que a nova investigação pretendeu traçar: "Uma caixa que sirva como esconderijo parece ser muito eficiente na forma como ajuda o animal a lidar com o stresse decorrente da mudança de um sítio para o outro."
No entanto, os investigadores admitem que são necessários mais testes para poder determinar "o efeito que, a longo termo, as caixas possam ter no combate à incidência de doenças infecciosas associadas a altos níveis de stresse".