
Um alimento comum em 70% das dietas americanas pode alimentar várias doenças mentais, como demência e autismo. A razão? A presença crescente de microplásticos nos alimentos que ingerimos. As conclusões são fruto de um estudo publicado na revista “Brain Medicine”.
Este estudo reuniu investigações recentes que sugerem que os alimentos ultraprocessados (UFPs) contêm níveis muito mais elevados de microplásticos. Isto porque a contaminação pode ocorrer durante o processamento e a embalagem dos alimentos, que geralmente estão em embalagens e recipientes plásticos.
“Há uma sobreposição nos mecanismos pelos quais os ultraprocessados e os microplásticos afetam negativamente o cérebro”, afirmam os autores. Entre os riscos associados, as pessoas que consumiam UPFs tinham 22% maior probabilidade de desenvolver depressão, um riso 48% maior de ansiedade, 41% maior de insónias, declínio cognitivo e até alterações no desenvolvimento neurológico infantil, o que levanta preocupações sobre a possível ligação com o aumento de diagnósticos de autismo.
Um autor desse estudo disse que os níveis de microplástico no cérebro humano aumentaram em 50% nos últimos oito anos, a par de as taxas de demência, com a expectativa de que os casos quase dobrem até 2030. E embora o estudo não relacione diretamente, mostra uma relação entre o acúmulo de microplásticos e distúrbios neurológicos, diz a Organização Mundial de Saúde (OMS)
Os investigadores propõem até a criação de um Índice de Microplásticos Dietéticos, com o objetivo de ajudar a medir o risco de exposição com base na alimentação.