Mensagens de ex-namorados, copos partidos e até eletrodomésticos estragados. Desde 14 de janeiro que tendemos a culpar mercúrio retrógrado por todos os desastres da nossa vida. Mas, afinal, este planeta tem (ou não) influência direta no que nos acontece? A resposta é sim, mas há uma explicação. E este não é o único planeta capaz de mexer com o nosso quotidiano — há outro que consegue ser (ainda) pior.

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Já sabemos que o universo tem as costas largas e que "a culpa não é minha, é dos astros" tem dominado as redes sociais desde 14 de janeiro, data em que arrancou o primeiro período de mercúrio retrógrado de 2022. No entanto, a MAGG procurou saber a explicação lógica por detrás do receio social inerente a este planeta. E, para isso, nada como falar com quem percebe efetivamente do assunto, como é o caso da astróloga Cristina Candeias.

À MAGG, a especialista explica que os planetas (e estrelas) do nosso Sistema Solar estão divididos em três categorias distintas: pessoais, sociais e transcendentais, sendo que "os pessoais são aqueles que incidem diretamente na vida da pessoa", diz, acrescentando que os únicos astros cujo poder influencia diretamente o ser humano são o sol, a lua, vénus, mercúrio e marte.  Sendo que, entre estes, está o verdadeiro vilão e, por isso, aquele com que nos devíamos mesmo preocupar. Mas já lá vamos.

"Sempre que um planeta pessoal fica retrógrado vai incidir diretamente na vida das pessoas. E o que é que rege mercúrio? Rege tudo o que é comunicação. Seja oral, escrita ou até via internet", completa. Neste sentido, Cristina Candeias conta que tudo o que depende, direta ou indiretamente, da interação ou comunicação entre pessoas vai ficar afetado, mais confuso e até mais lento.

"Há uma maior tendência para haver atritos, as pessoas ficam mais distraídas e mais exaltadas até", diz. "No trânsito também é preciso redobrar a atenção", uma vez que o ser humano tende a perder o foco e reduzir a atenção durante o intervalo de tempo em que um planeta pessoal está retrógrado.

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"E há uma maior tendência para haver avarias também", desde lâmpadas a computadores, acrescenta. Mas a questão que se coloca é: porquê? Como é que um planeta interfere com o frigorífico ou até o microondas lá de casa? Para a astróloga Cristina Candeias, a resposta é simples: tudo se resume à energia que emanamos durante este período do ano, que, atenção, se vai repetir ao longo de 2022. Mercúrio retrógrado influencia diretamente as pessoas e, indiretamente, tudo aquilo em que mexem ou com que se relacionam.

Como é que devemos lidar com mercúrio retrógrado?

"Acima de tudo, com muita calma e controlar os nossos ímpetos", remata Cristina Candeias. "Não devemos fazer atualizações digitais ou backups. Tal como cirurgias, por exemplo", completa.

Em entrevista, a astróloga explica que tudo aquilo cujo risco de correr mal seja perigoso ou nefasto para o ser humano deve ser evitado. "Devemos evitar tudo o que nos possa trazer consequências mais graves", isto porque o risco de correr mal pode ser amplificado.

Por isso, sim, a especialista confirma que o café entornado, o copo partido ou a discussão desnecessária podem ser, de facto, influenciados pela fase em que estamos neste momento. E, ainda, pelo signo em que o planeta está. Mercúrio retrógrado em capricórnio será totalmente diferente de mercúrio retrógrado em gémeos, por exemplo, garante.

Neste momento, está em aquário, por isso vai influenciar tudo o que tem que ver com grupos e amizades. No entanto, no próximo dia 26 entra em capricórnio.

Mas deixa claro: "nem tudo é culpa de mercúrio retrógrado" e, acrescenta, "marte é bem pior".

Cristina Candeias

Afinal, mercúrio não é um bicho de sete cabeças — mas temos de falar sobre marte

Importa saber que, à margem de vénus e mercúrio, marte também é um planeta pessoal e, tal como os outros, também passa por períodos em que está retrógrado.

"Marta tem que ver com a agressividade e com a ação", diz. "Aí, pia mais fino", explica, em tom de brincadeira.

À MAGG, Cristina Candeias explica que marte retrógrado é "muito pior" do que mercúrio retrógrado. Mas garante que o facto de o segundo ser socialmente mais temido tem que ver com o facto de ficar mais vezes retrógrado do que marte.