É o quarto ataque com armas de fogo de que há registo só esta semana. Desta vez, esta quinta-feira, 2 de junho, um tiroteio à porta de uma igreja em Ames, no estado do Iowa, no centro dos Estados Unidos, levou à morte de três pessoas: duas mulheres e o próprio atirador.

Tiroteios em massa nos EUA mais do que duplicaram nos últimos 7 anos. Desde 2013, morreram 140 crianças
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Um homem, cuja identidade ainda não foi revelada, terá disparado sobre duas mulheres, suicidando-se em seguida, no exterior da igreja Cornerstone, a cerca de 48 quilómetros a norte de Des Moines, capital do estado, de acordo com o gabinete do xerife do condado de Story, que garante que a informação cedida imediatamente após o incidente pode eventualmente sofrer alterações à medida que a investigação avança.

O tiroteio terá acontecido no parque de estacionamento junto da igreja, enquanto decorria um evento no interior do edifício. A motivação do ataque e a idade das duas vítimas ainda não são conhecidas, disse o capitão Nicholas Lennie, citado pelo "Des Moines Register".

As autoridades norte-americanas garantem revelar novas informações numa conferência de impresa que se realizará ainda esta sexta-feira, 3.

Também Wisconsin foi palco de um outro ataque armado

Ainda antes do incidente à porta da igreja Cornerstone, em Ames, já um cemitério a sul de Milwaukee, no estado de Wisconsin, na região centro-oeste dos Estados Unidos, se encontrava em alvoroço, na sequência de mais um "ataque crítico", como foi descrito pelas autoridades.

Vários tiros foram disparados por volta das 14h30 (20h30 em Portugal continental) no cemitério de Graceland, na cidade de Racine, na direção do local onde decorria o funeral de Da'Shontay King, um jovem negro de 20 anos morto a tiro pela polícia de Racine há cerca de duas semanas. Na sequência do ataque, o presidente da câmara de Racine, Cory Mason, disse ter pedido à polícia local para avançar com a imposição de um recolher obrigatório, a partir das 23h, para menores de 18 anos, durante o próximo fim de semana, 4 e 5 de junho.

O ataque acontece um dia depois de, esta quarta-feira, 1, um homem armado ter assassinado um cirurgião e outras três outras pessoas num consultório médico de Tulsa, no estado de Oklahoma (centro-oeste). No total, na sequência do ataque, registaram-se cinco mortos, incluindo o atirador, para além de vários feridos, avança a Rádio Renascença.

Ainda esta semana, também no estado de Oklahoma, dois jovens foram baleados no evento do Memorial Day perto de Taft, cerca de 16 quilómetros a sudeste de Tulsa, disse o Departamento de Investigação do Estado de Oklahoma em comunicado, escreve a mesma publicação.

"Quanta mais carnificina estamos dispostos a aceitar?", questiona Joe Biden

Para além dos incidentes da última semana, e do tiroteio na Escola Primária Robb, em Uvalde, no Texas, que levou à morte de 21 pessoas, 19 crianças e dois adultos, houve ainda registo de mais uma tentativa de pelo menos outras duas tentativas de ataques armados, evitados pelas autoridades e pela intervenção de uma civil, respetivamente.

Face ao cenário das últimas semanas, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu ao Congresso, esta sexta-feira, 2 de junho, para agir no controlo de armas de fogo e ponderar medidas como a proibição de venda de armas de assalto a particulares, a expansão da verificação de antecedentes criminais e, ainda, o aumento da idade mínima para se comprar armas, avança a CNN Portugal.

Esta é a primeira vez que Joe Biden pede medidas concretas para pôr fim aos tiroteios em massa no país, sendo que, de acordo com a mesma publicação, propostas deste teor têm sido historicamente bloqueadas pelos republicanos.

"Pelo amor de Deus, quanta mais carnificina estamos dispostos a aceitar?", questionou Biden, acrescentando que considera "inconcebível" que a maioria dos republicanos não queiram tomar quaisquer medidas na legislação sobre a violência com armas de fogo e que os políticos não podem "voltar a falhar ao povo americano".

De acordo com os números do Gun Violence Archive, que incluem homicídio e suicídios, desde o início do ano, mais de 18.000 pessoas morreram por crimes com armas de fogo nos Estados Unidos. A mesma plataforma regista ainda 233 ataques armados.