Um bombeiro morreu e outro ficou ferido num incêndio em Trevim, na Serra da Lousã, este sábado, 11 de julho. O que parecia ser um incêndio sem consequências mais perigosas, depressa se tornou numa situação difícil de combater para o primeiro grupo de bombeiros chamados ao local, que pediram ajuda durante 20 minutos.
O primeiro alerta para o fogo foi dado às 18h26. Às 19h19, começaram a chegar os primeiros pedidos de socorro, depois de um helicóptero não ter condições de atuar, e ter realizado apenas algumas descargas. As "comunicações [eram] pouco percetíveis, mas em que se entendia o desespero”, adiantou um oficial dos Bombeiros da Lousã ao "Expresso".
Do grupo de quatro bombeiros, cercados pelas chamas numa viatura de combate a incêndios florestais, dois conseguiram fugir, e os outros dois foram vitimados pelo fogo. José Augusto, um dos bombeiros voluntários, morreu, outro foi enviado para o hospital com queimaduras nos membros inferiores.
Depois de analisada a situação, foi "ativado o ataque ampliado", afirmou Sérgio Figueiredo, adjunto de operações no Comando Nacional de Socorro, em declarações ao mesmo jornal, revelando que às 19h45, mais de uma hora depois do primeiro alerta, foi enviada para o local uma equipa de combate a incêndios. Mas a ajuda chegou tarde demais, e "depois de um momento de desorientação inicial, quando percebemos o que havia sucedido, confirmámos a morte", disse Luís Antunes, presidente da câmara da Lousã.
"Este era um fogo fácil, era seguir o protocolo e evitar-se-ia uma morte. Houve pouca experiência no Comando Nacional e seria bom que todos ouvissem as comunicações para perceber o que se pode evitar em havendo experiência”, dizem os bombeiros, que lamentam a morte do colega, José Augusto, e as intoxicações e ferimentos dos outros bombeiros do grupo.
O gabinete do Ministério da Administração Interna confirmou a “abertura de um inquérito para apurar as circunstâncias em que correu a morte do bombeiro e para aquilatar da composição da equipa”, escreve o "Expresso", e lamentou “o momento trágico vivido pelos bombeiros, que de forma generosa integram o esforço nacional na defesa da floresta contra incêndios”.