Uma cabeleireira burlou um cliente que frequentava o estabelecimento que geria, em Vila Nova de Gaia. A extorsão, que terá começado em 2017, tinha em vista pagar os supostos tratamentos oncológicos da cabeleireira no Instituto Português de Oncologia (IPO).
A burlona foi sempre alegando que os tratamentos não resultavam e que o cancro tinha ressurgido, tal como se pode ler no "Correio da Manhã".
Mas a doença oncológica era só o princípio da mentira que foi ainda mais além. A cabeleireira chegou ao ponto de dizer que a filha “tinha sofrido um grave acidente de carro e que precisava que ele [o cliente] lhe emprestasse mais dinheiro”, refere o mesmo meio de comunicação.
Para além disto e segundo o Ministério Público a cabeleireira fez-se também passar por um primo e exigiu ao lesado que fizesse um depósito bancário no valor de 12.650€, pedido que este acabou por recusar. Face a esta situação, o "primo" ameaçou a vítima de que atentaria contra ele e a sua família e que ainda contava à sua mulher que este tinha um caso com a sua "prima".
Mesmo depois desta situação, a cabeleireira voltou a contactar a vítima, desta vez para lhe pedir mais 8.750€, pois estava no IPO e precisava urgentemente dessa quantia para pagar os tratamentos médicos.
Mãe e filha vão ser julgadas no Tribunal de São João Novo, no Porto. A mãe, por três crimes de burla qualificada (um deles na forma tentada) e um crime de extorsão tentado, e a filha por recetação, pois sabia de toda a situação, já que o dinheiro para os supostos tratamentos ia parar à sua conta.
“Visava a arguida embustear o ofendido, fazendo-o crer numa versão que não correspondia à realidade, nomeadamente que padecia de doença oncológica grave e, como tal, necessitava de tratamentos médicos urgentes. Sabia que nada do que afirmava era verdade”, lê-se na acusação do Ministério Público (MP) de Vila Nova de Gaia.
O MP quer que as arguidas sejam condenadas a pagar ao Estado os 81.150€ que roubaram, e ainda que devolvam a quantia monetária ao cliente lesado.