O grupo europeu Identidade e Democracia (ID), que integra em si mesmo vários partidos de extrema-direita, estendeu o convite e o Chega aceitou. Desde quarta-feira, 1 de julho, que o partido de André Ventura faz agora parte do grupo de extrema-direita que conta com outros partidos extremistas e populistas, como a Frente Nacional, de Marine Le Pen.
"Nós tínhamos já feito alguns contactos europeus. Tivemos primeiro uma maior aproximação ao grupo onde está o [partido populista espanhol] Vox, mas o desenvolvimento dos contactos internacionais aproximou-nos mais quer do partido Matteo Salvini, quer da Frente Nacional francesa", afirmou o deputado único do Chega à Agência Lusa, citada pelo jornal "Público".
Nas mesma declarações, o deputado admite assim já ter tido reuniões com o grupo europeu ID que, ao contar com 73 deputados, é a quinta força política no Parlamento Europeu. A proposta de adesão, diz Ventura, terá surgido "no início de junho" e desde aí que a direção do seu partido terá querido "ponderar bem as implicações e as consequências."
Essa "ponderação" fez concluir que "fazia sentido solidificar as relações lá fora" e os documentos terão sido assinados e entregues na quarta-feira. E o deputado único do partido de extrema-direita em Portugal fez saber que, em setembro, haverá "encontro [bilaterais] com Marine Le Pen e com Matteo Salvini" em França e Itália, respetivamente, que "já podiam ter acontecido" se não tivesse havido pandemia.
Apesar de adesão a um grupo europeu que é composto por vários partidos populistas e com um discurso associado à extrema-direita, André Ventura insiste em rejeitar a ideia de que o seu partido tenha conotações com essa ideologia.
"Não gosto da designação de extrema-direita. A Liga [o partido italiano de Matteo Salvini] não é um partido de extrema-direita. Alguns partidos do Identidade e Democracia eventualmente são um poucos mais radicais do que outros. Mas nós somos essencialmente um partido anti-sistema", adiantou.
Além de confirmar a adesão ao ID, André Ventura confirmou também a informação avançada pelo jornal "i", que dava conta de que o deputado único do Chega tinha sido convidado para participar, em meados de agosto, na convenção do Partido Republicano, liderado por Donald Trump. E garante que vai pedir que Marine Le Pen e Matteo Salvini "também sejam convidados" e, assim, os três possam encontrar-se com o presidente americano, cita o "Público".