
A noite eleitoral de 18 de maio trouxe demissões e uma dose de surpresa. A Aliança Democrática (AD), com Luís Montenegro ao leme, foi a força mais votada e venceu em 215 concelhos. A coligação pintou o País de laranja e ficou com 32% dos votos, o que corresponde a 89 deputados no Parlamento. Mas antes de se falar em governação, é preciso entender esta dança de cadeiras que está longe de ser simples.
O empate técnico entre o Chega e o PS roubou todas as atenções. O partido de André Ventura não só cresceu, como explodiu. Chegou aos 58 deputados, o mesmo número dos socialistas, e subiu diretamente para o segundo lugar da tabela (empatado, é certo, mas com outra energia). Pedro Nuno Santos não resistiu ao embate e anunciou a saída da liderança do PS. Tudo isto ainda sem se saber como votaram os círculos da emigração.
A Iniciativa Liberal reforçou-se com nove deputados e assume-se como a quarta força política. À esquerda, o cenário é mais contido com o Livre como o único partido a registar um crescimento: passa de um para seis deputados. Já o Bloco de Esquerda mal sobreviveu, Mariana Mortágua será agora bancada de uma só voz.
A CDU encolheu para três cadeiras. O PAN mantém Inês Sousa Real no Parlamento. E há uma cara nova na sala. O Juntos Pelo Povo, da Madeira, entra pela primeira vez na Assembleia da República com um deputado. É o primeiro partido regional a conquistar este espaço.