Portugal regista já 46.221 infetados e 1.654 mortos pelo novo coronavírus. São estes os novos dados avançados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) no boletim epidemiológico deste sábado, 11 de julho. Estes números representam um aumento de 342 infetados, enquanto as vítimas mortais registadas são mais oito do que as de ontem.

Estes números surgem na mesma semana que um grupo de 239 especialistas defende que o novo coronavírus se transmite através das partículas virais que ficam no ar dos edifícios e que contagiam quem esteja em contacto com elas, escreve o "The New York Times". No fundo, o que estes especialistas de 32 países defende é que a COVID-19 é uma doença que se transmite pelo ar e não apenas pelo contacto direto entre pessoas contagiadas. A informação não foi confirmada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Embora a defesa desta ideia não seja nova, os 239 especialistas vão publicar em breve os resultados das suas investigações científicas. Mas antes disso, já enviaram uma carta aberta à OMS onde, garantem, estão reunidas provas suficientes de que as partículas de menor dimensão podem contagiar quem esteja em contacto com elas. O objetivo é pedir que a autoridade de saúde reveja as suas recomendações para a prevenção e combate ao surto.

 A carta aberta surge dias depois de a OMS ter atualizado as suas diretrizes de prevenção e combate à pandemia declarando que a "transmissão do vírus por via área é possível apenas após procedimentos médicos que produzam aerossóis, ou seja, gotículas inferiores a cinco microns."

Até agora, a OMS reforça que o vírus é propagado através de gotículas respiratórias grandes que são geralmente expelidas através da tosse ou de espirros e que não têm peso para se manterem no ar.

Se os novos dados se vierem a confirmar, será mais uma dificuldade no combate à pandemia e obrigará ao uso de máscara mesmo em ambientes nos quais, geralmente, já se aplicam as regras de distanciamento físico e social.

Apesar disso, Benedetta Allegranzi, líder técnica de controlo da infeção da OMS, garante que as provas relativamente a esta matéria não convencem os técnicos. "Em especial nos últimos meses, temos vindo a afirmar várias vezes que a transmissão por via aérea é possível, mas ainda não há provas sólidas nem irrefutáveis."