Uma criança de apenas 6 anos que andava a queixar-se há vários dias de dores de barriga foi diagnosticada de forma errada pelo médico, que disse à mãe que ela tinha apenas uma infeção, e que, por isso, deveria tomar antibióticos. Passadas algumas semanas, as dores persistiam e a menina passou também a ter hemorragias nasais, perdeu o apetite e estava a começar a perder peso. A mãe foi ao médico de família e pediu-lhe para que fossem feitas análises de sangue à filha, bem como exames complementares para tentar perceber o que se estava a passar. Foi então que os médicos descobriram que a criança tinha um enorme nódulo no estômago, que deixou toda a gente em alerta. Foi o início de um processo longo e penoso.

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Millie Holmes, de 6 anos, sempre foi uma criança com problemas de saúde e um ligeiro atraso na fala, resultantes de uma deleção do cromossoma 15q, uma doença genética rara em que faltam cópias de parte do material genético que constitui um dos 46 cromossomas do corpo. Um dos sintomas mais frequentes deste problema é, precisamente, as maiores dificuldades na articulação da fala bem como dificuldades de aprendizagem. Mas a família sempre conseguiu viver com isto. Só que em 2022 os problemas de saúde ganharam outra dimensão.

Após a epopeia até que fosse descoberto o nódulo no estômago, Millie foi submetida a variadíssimos exames e o diagnóstico foi o pior possível: a criança tinha um cancro extremamente raro no rim, e já no estádio 4, o mais avançado, que significa que o cancro tinha já passado para outros órgãos. "Fiquei a chorar durante dias", revela a mãe da criança, Gemma, citada pelo "Manchester Evening News". "Ainda estou a chorar agora. Não temos tempo para processar a situação, só temos de continuar".

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O cancro que Millie desenvolveu foi um sarcoma de células claras do rim, um dos mais agressivos, e que se espalha muito rapidamente por outros órgãos. No caso de Millie, metastizou para os pulmões, o cérebro e vários tecidos moles, com um total de sete tumores em várias zonas do corpo. Este tipo de cancro gera muitos sintomas que se confundem com doenças do dia a dia, como dores de barriga, constipações, o que muitas vezes prejudica o seu diagnóstico em fases iniciais.

A criança já foi submetida a várias sessões de quimioterapia e uma operação para lhe retirarem um dos rins. Ainda lhe esperam mais, pelo menos, 8 meses de quimioterapia para que se tente eliminar os sete tumores. "Ela continua a ser uma criança feliz, vem para aqui com um sorriso na cara. Todos os dias em que cá esteve foi feliz, mas tem os seus dias maus como toda a gente", contou a mãe, citada pelo mesmo jornal.

A taxa de recuperação de cancros em estágio 4 é praticamente nula e a mortalidade quase de 100 por cento.