Está em marcha mais uma fase de desconfinamento que começa já esta segunda-feira, 1 de junho. Depois de algumas lojas até 400 metros, restaurantes e creches, à lista de estabelecimentos com autorização de abertura juntam-se agora ginásios, espaços culturais. Também já se podem celebrar missas presenciais e a época balnear começa a 6 de junho.

Para outra fase vão ficar os bares e discotecas, cuja data de reabertura é ainda desconhecida: "Quanto aos bares e discotecas, as regras anteriores não serão revistas nos próximos quinze dias", disse em conferência de imprensa o primeiro-ministro, António Costa, esta sexta-feira, 29 de maio, dia em que anunciou as novas medidas e em que confirmou o prolongamento da situação de calamidade, em vigor desde 3 de maio, até às 23:59 do dia 14 de junho.

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Apesar de falar no fim do "dever cívico de recolhimento", Costa deixa claro que continua a haver "necessidade de se manter o escrupuloso cumprimento das medidas de distanciamento físico indispensáveis à contenção da infeção". Neste seguimento, o primeiro-ministro revelou que o teletrabalho é obrigatório apenas para imunodeprimidos e doentes crónicos, pessoas com deficiência superior a 60% e para pais com filhos menores de 12 anos em casa. É também defendido que o teletrabalho seja desfasado e com equipas em espelho.

A distancia social é uma das medidas base para a reabertura de espaços públicos, mas há mais. Ponto por ponto, explicamos o que muda na terceira fase de desconfinamento.

Regresso das cerimónias religiosas: 30 de maio

Os fiéis vão poder voltar às missas, mas sob o cumprimento das orientações estabelecidas entre a Direção Geral da Saúde (DGS) e confissões religiosas. De acordo com o documento divulgado pela DGS para a prevenção e controlo em Locais de Culto e Religiosos, aconselha-se que "as pessoas com fatores de risco, nomeadamente pessoas com mais de 65 anos, a assistirem às celebrações através de meios de transmissão alternativos ou a optarem por horários em que as celebrações são menos frequentadas".

A máscara deve ser sempre utilizada e os tradicionais momentos de contacto físico da missa, como o aperto de mão, beijo ou abraço, devem ser substituídos "por outro tipo de saudação que garanta a distância recomendada de, pelo menos, 2 metros", diz o documento da DGS.

Ginásios, cinemas e centros comerciais abrem: 1 de junho

A Associação de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP) já tinha apresentado um documento com medidas de higiene e segurança a serem implementadas nos ginásios e agora chega finalmente a confirmação de que podem abrir. O entusiasmo já se faz sentir: "Vamos reabrir os nossos Clubes no dia 1 de Junho! Nós estamos prontos a receber-te, e tu? Pronto para voltar em força?", diz uma das cadeias de ginásios nas redes sociais, tal como tantas outras que desejavam voltar.

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Eis o que vai mudar: de acordo com as orientações da DGS, os ginásios devem controlar os acessos às instalações, evitar filas de espera para aulas e privilegiar marcações online para treinos e aulas. Além disso, entre cada aula, os espaços devem ser arejados e ventilados durante pelo menos 20 minutos e os equipamentos higienizados, e as mãos de funcionários e utilizadores devem ser desinfetadas à entrada e saída das instalações.

Quanto ao polémico uso de máscara durante a prática de exercício físico, o documento estabelece que é "obrigatório o uso de máscara, na entrada e saída das instalações. Dispensa da obrigatoriedade do uso de máscara durante a realização de exercício físico". A DGS revela ainda que os balneários devem continuar fechados.

Já nos cinemas, a DGS refere que deve haver um lugar livre entre espectadores que não sejam coabitantes, "sendo a fila anterior e seguinte com ocupação de lugares desencontrados" e o uso de máscara é "obrigatório para o público".

No que diz respeito aos centros comerciais, a reabertura foi adiada na Área Metropolitana de Lisboa: António Costa anunciou que nesta zona, devido aos novos surtos de COVID-19, os centros comerciais, as lojas do cidadão, bem como feiras e lojas com mais de 400 metros quadrados vão permanecer encerradas até 4 de junho.

Contudo, para as lojas do cidadão que reabrem noutras zonas do País é obrigatório o uso de máscara e uma marcação prévia. Também a 1 de junho reabrem todas as lojas com área superior a 400 m2, lojas e restaurantes em centros comerciais e acaba a lotação máxima de 50% nestes espaços, mantendo-se o distanciamento social mínimo de 1,5 metros. O ensino pré-escolar é outro dos que volta segunda-feira, sob as normas da DGS.

Abertura da época balnear: 6 de junho

A tão aguardada abertura das praias também está prestes a acontecer, com definição de lotação máxima em todas as praias do Algarve e da região próxima de Lisboa. A praia com maior lotação será a praia da Nazaré onde "apenas" 17 mil banhistas poderão entrar. Já a praia de Carcavelos, em Cascais, pode receber mais de 12 mil pessoas e Praia da Rocha, em Portimão, quase nove mil.

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De acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a recomendação é que cada pessoa utilize uma área de 8,5 metros quadrados na praia, de modo a respeitar a distância de segurança entre outros frequentadores do areal, respeitando, assim, as regras de segurança que pretendem prevenir o aumento de casos de COVID-19 no país.