Um debate para a prefeitura de São Paulo, que reunia os seis principais candidatos ao cargo, terminou à cadeirada. Mas antes dos acontecimentos, os envolvidos. Leão Serva, jornalista da TV Cultura, moderou o debate entre Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).

A determinada altura do debate, Marçal, ex-coach de 37 anos, diz, sobre José Luiz Datena, jornalista e apresentador de TV de 67 anos: "você é um arregão. Você atravessou o debate esses dias para me dar um tapa e falou que queria ter feito. Você não é homem nem para fazer isso". Isto depois de ter referido um caso de assédio sexual de Datena, insinuando que este teria silenciado a vítima com dinheiro. O caso remonta a 2019, quando Bruna Drews, repórter da Band, fez uma queixa contra o apresentador. De acordo com o UOL, a repórter acabou por retirar a queixa, dizendo posteriormente que o fez sob pressão.

José Luiz Datena pega numa das cadeiras e arremessa-a contra o opositor. Em estúdio, ouve-se "não, Datena, não!".

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Após a agressão, a emissão foi interrompida. Datena foi expulso do debate e Pablo Marçal foi transportado para uma unidade hospitalar da cidade de São Paulo. Entre o internamento e a alta, que aconteceu nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, 16 de setembro, Pablo Marçal fez 15 posts na sua conta oficial de Instagram. Comparou a agressão às tentativas de assassinato de Donald Trump e Jair Bolsonaro, publicou um vídeo numa cama de hospital e, depois desse post, outro, onde surge aparentemente inconsciente, numa ambulância que circula a alta velocidade.

Por tempo depois, plenamente consciente, acabou por revelar que "foi só uma costela partida e uma correçãozinha no dedo".

Em comunicado, José Luiz Datena admitiu que errou ao dar uma cadeirada no candidato Pablo Marçal, mas afirma que continua na corrida à prefeitura de São Paulo. O apresentador afirmou também que  “não deixaria de repetir o gesto”, apelidando a cadeirada de “resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário”.

“Espero, também, ter lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado”, disse ainda na missiva, citada pelo "Estadão".

Esta terça-feira, 17 de setembro, acontece mais um debate, para o qual estão convidados os seis candidatos.