Ghislaine Maxwell, ex-namorada e amiga de Jeffrey Epstein, foi detida esta quinta-feira, 2 de julho. A mulher britânica de 58 anos sempre foi apontada com uma das principais cúmplices do magnata e predador sexual, e está agora acusada de ter tido um papel fundamental no recrutamento de menores para serem abusadas por Epstein e outros homens que pertenciam à rede de tráfico sexual. A informação é avançada pelo "The New York Times", que cita uma fonte das forças policiais americanas.

A mulher foi detida em New Hampshire, nos Estados Unidos, quase um ano depois de Jeffrey Epstein ter sido acusado de abusar sexualmente dezenas de menores na sua mansão em Manhattan entre 2002 e 2005. O documento da acusação refere que Epstein pagava às menores para desempenharem sessões de massagens que, regra geral, culminavam em relações sexuais.

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Apesar da acusação, Epstein nunca chegou a ser julgado já que, em agosto de 2019, suicidou-se na cela da prisão. Na altura, as autoridades responsáveis pelo caso disseram que a sua morte não iria significar o fim das investigações e que, muito provavelmente, iriam focar-se nos principais cúmplices que permitiram, e potenciaram, que Epstein abusasse de menores e as cedesse a outros homens nos quais, alegadamente, se inclui o príncipe André, de Inglaterra.

Ghislaine Maxwell, eterna confidente de Epstein, esteve sempre na mira das autoridades que consideram que esta teve um papel ativo na busca de adolescentes em escolas ou spas. Várias das menores abusadas chamam-lhe "a madame", informação que parece ser corroborada não só pelas menores abusadas, mas também por quem lidava de perto com Epstein e Maxwell.

"A maneira como eles agiam dava a entender que eram como autênticos parceiros num qualquer negócio", revelou Jansz Banasiak, uma das responsáveis pela mansão de Epstein, às autoridades. Sarah Ransome, uma das mulheres abusadas, confirma: "Ela [Maxwell] orquestrou tudo para Jeffrey Epstein", revelou numa entrevista exclusiva ao "The New  York Times".