O ator canadiano Ryan Grantham, 24 anos, foi esta quinta-feira, 22 de setembro, condenado a prisão perpétua, por ter assassinado a mãe. Foi dado como provado em tribunal que a antiga estrela da série "Riverdale" deu um tiro na nuca de Barbara Waite, 64, quando ela tocava piano em casa, a 31 de março de 2020. A motivação: Grantham não queria que a mãe soubesse que ele estava a planear matar o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, então matou-a a ela primeiro.
Na altura, o ator chegou mesmo a levar adiante a sua ideia bizarra de querer assassinar o líder do governo. Após assassinar a mãe, meteu-se no carro munido de três armas, várias munições e 12 cocktails Molotov. Só que não teve coragem de cometer este crime e não soube gerir o desgaste mental do crime que tinha cometido antes, e acabou por se entregar à polícia. Confessou que tinha assassinado a mãe e logo aí era certo que seria condenado a prisão perpétua, pena máxima para homicídios no Canadá.
No julgamento, o ator, que vivia numa espiral que quase o levou à loucura até à altura do crime, mostrou um sentido arrependimento, e, por isso, viu a juíza do tribunal de Colúmbia, Kathleen Ker, decidir que ao fim de 14 anos poderá sair em liberdade condicional, caso o seu pedido, na altura, seja aceite.
Desde que está detido que o ator procura voluntariamente ajuda psiquiátrica e os relatórios médicos mostram que ele está num bom caminho para se recuperar. Para a decisão da juíza de determinar que ao fim de 14 anos ele passa a ser elegível para liberdade condicional pesou também o facto de Grantham ter tido o discernimento de se entregar às autoridades e não ter prosseguido com a ideia de matar o primeiro-ministro. O Ministério Público queria uma punição maior e exigia que o ator ficasse pelo menos 18 anos na cadeia até ser elegível para pedido de liberdade condicional.
Quanto ao crime em si, não havia quaisquer dúvidas. Depois de assassinar a mãe, Grantham gravou um vídeo com uma câmara GoPro em que confessou o crime e onde mostrou o corpo. No vídeo, ele diz mesmo: "Eu dei-lhe um tiro na nuca". Na manhã seguinte, pendurou um rosário no piano da mãe e acendeu velas à volta do corpo, antes de carregar o carro com as armas, equipamento de campismo e preparar o GPS com as coordenadas da casa de férias do primeiro-ministro, em Otava. O plano de Grantham era ainda mais bizarro, já que pretendia ainda cometer um crime em massa, assassinando vários estudantes da Universidade Simon Fraser, onde chegou a estudar, antes de desistir do curso. Acabou por se entregar à polícia de Vancouver antes de cometer mais crimes.
A peritagem das autoridades revelou que Grantham estava sob efeito de cannabis, sofria de uma depressão com tendências suicidas e homicidas, algo que se verificava há vários meses.