Um novo estudo publicado na passada segunda-feira, 7 de outubro, está a esclarecer algo que ao longo do anos tem vindo a diminuir cada vez mais: a esperança média de vida. Ao que tudo indica, de acordo com a “Nature Aging”, a humanidade está a atingir o seu limite no que toca a esta esperança de vida, uma vez que em nada estão a ajudar os avanços tecnológicos e científicos feitos durante as últimas décadas. 

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Ou seja, apesar de todos os desenvolvimentos na investigação genética, os investigadores chegaram à conclusão de que estes avanços não se traduzem em saltos acentuados na esperança média de vida, e descobriram que a diminuição da longevidade aumenta nos países que já têm uma maior esperança de vida. Com isto, os países usados para a investigação foram Austrália, França, China, Itália, Japão, Coreia do Sul, Espanha e Suíça, os oito locais no mundo que registam uma maior média nos anos de 1990 a 2019.

Assim, por exemplo, se em 1990 a esperança média de vida subia cerca de dois anos e meio por década nestes países, na década de 2010 subiu apenas um ano e meio, e tem vindo a diminuir cada vez mais. Os EUA também foram incluídos no estudo, uma vez que foi o país onde se fez uma estimativa no passado que teria uma ousada esperança média de vida no futuro, mas a conclusão é bastante contraditória: além de não fazer sequer parte dos 40 primeiros países com uma esperança alta, esta mesma esperança também não subiu percentagem nenhuma na década de 2010. 

A conclusão do estudo é, assim, de que melhorias não serão feitas daqui para a frente. Isto porque os investigadores procuraram perceber o que aconteceria nestes nove países se todas as mortes antes dos 50 anos fossem eliminadas da equação, e a resposta foi a mesma: o aumento, na melhor das hipóteses, continuaria a ser de apenas um ano e meio. Chega-se então à conclusão de que a esperança média de vida pode não aumentar muito mais do que aquela que já existe. “Temos de reconhecer que há um limite” disse S. Jay Olshansky, investigador da Universidade de Illinois-Chicago e principal autor do estudo. Em Portugal, por exemplo, a esperança média de vida é de 81 anos. 

No entanto, é possível que o número de centenários nos países estudados aumente nas próximas décadas, mas isso apenas se deve ao crescimento populacional que acontece ao longo dos anos. Ainda assim, é provável que, na maioria dos países, apenas menos de 15% das mulheres e 5% dos homens cheguem a essa idade, sendo que as mulheres continuam a viver mais tempo do que os homens.