O empresário português Celso Lascasas está envolvido numa polémica. Em 2004, criou a Laskasas, marca especializada em mobiliário e decoração de luxo, com produção nacional. Agora, é acusado de maltratar os funcionários e de lhes proporcionar condições desumanas.

As acusações foram expostas no Instagram por outro empresário, Leonardo Travassos (@leothelionoff), que assegura que estas denúncias — publicadas nas stories, sem que se possam confirmar a total veracidade das mesmas —  partem de pessoas que alegadamente trabalharam ou trabalham na empresa de Celso Lascasas. A MAGG falou com Leonardo Travassos, que fala em "nojo", "humilhações", "trabalho a mais", "coisas obscenas" e garante: Celso Lascasas "é um monstro".

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O empresário afirma que três colaboradores diferentes lhe disseram que Celso Lascasas "faz photoshops de faturas". "Aquilo é cheio de esquemas", reforça, afirmando que a qualidade dos móveis Laskasas "é péssima". "Muitos dos móveis dele não são feitos por ele, são feitos noutras fábricas e ele mete a etiqueta, porque não tem infraestrutura", alega.

"É porco. Grita com uma empregada porque ela vai amamentar ou vai tirar leite para a criança", menciona. "O Celso sempre viveu da opressão dos outros", diz, mencionando "férias não pagas e não tiradas", "escravidão" e "mau tratamento". Leonardo garante que Celso coloca os funcionários "a trabalhar horas extra além do acordado". "Ele faz de escravo toda a gente que lá passa", reforça.

"Eles vão dormir num armazém em Odivelas cheio de baratas. Eram dez homens, existiam dois chuveiros e uma sanita", descreve, com base em relatos de alegados funcionários. "Os empregados e os ex empregados dele estão a contactar-me. Há coisas que não posso dizer", continua, justificando a necessidade de proteger estas testemunhas.

"Ele manda mensagens [aos funcionários ] às duas da manhã, se não responderes estás f*dido. Trata os trabalhadores mal, diz que são 'uns merdas'", detalha, dizendo ter sido contactado por quem esteve "das cinco da manhã até às 22 horas a alancar".

Os relatos de alegados funcionários

"Os empregados odeiam-no", afirma. "O Celso é um tirano com eles. Comigo ele é um merdas. Já me tentou enganar várias vezes", revela, referindo a compra de um automóvel e de bilhetes para o "Fora da Caixa", evento dinamizado por Celso Lascasas, que conta com "intervenções poderosas sobre mentalidade, propósito, liderança e ação", assim como pode ler-se no site. A segunda edição aconteceu a 21 de junho deste ano.

"Eu fui ao 'Fora da Caixa' porque acreditei no Celso como toda a gente acredita", recorda. Leonardo acabou por se inserir numa comunidade paga, de Celso Lascasas, até ter sido "removido do grupo" por comentários "racistas" e "xenófobos". "Escrevi no livro de reclamações", lembra, discordando das acusações.

Quando questionado pela MAGG acerca do que está na origem desta incursão contra Celso Lascasas, Leonardo Travassos diz que "o discurso dele não batia certo". "Na comunidade tratava-nos como putos", acrescenta. "Porque as pessoas morrem de medo do Celso e eu não", crê.

"Comecei a ver os números. Isto não faz sentido. A empresa não gera lucro. Como é que ele está super alavancado?", desconfiou. "Na investigação, neste momento, estou a encontrar buracos nas empresas pessoais, nos bancos", assegura.

"Já tenho uma pipeline de pessoas que fazem isto de denegrir alguém psicologicamente, de direitos humanos, atrocidades. Como estou farto de esquemas, eu faço pesquisa. Portugal é um País de putos burros, que não têm muita sabedoria. Ao menos que não sejam enganados", menciona, em conversa com a MAGG.

Este empresário, que em 2021 trabalhava como "vendedor porta a porta", garante que sempre teve "o hábito de fazer background checks" e que tem "acesso a muitos números". Para Leonardo Travassos, Celso Lascasas "é uma farsa".

"Não sei se me vai meter um processo ou não, mas já estou a preparar a minha defesa", diz Leonardo. A MAGG sabe que Celso Lascasas vai, de facto, acionar os meios legais.

A reação de Celso Lascasas

"Nos últimos dias, têm sido divulgadas em algumas plataformas digitais alegações que envolvem não apenas o meu nome, mas também a minha família, o Grupo Laskasas e colaboradores da empresa", começa por escrever, em comunicado enviado à MAGG.

"Esclareço que tais afirmações não correspondem à verdade e configuram a prática de diversos ilícitos, de natureza criminal e civil, com impacto injustificado na reputação de todos os visados", continua.

"O assunto encontra-se atualmente entregue aos meus advogados, a quem dei já instruções para recorrerem a todos os meios legais necessários à defesa firme do meu bom nome, e dos legítimos interesses do Grupo Laskasas", termina.