Um dirigente de um grupo da máfia italiana foi detido esta segunda-feira, 29 de março, em Lisboa. Francesco Pelle, número um da "Nadrangheta", uma organização mafiosa da região da Calábria, Itália, foi capturado pela Polícia Judiciária no hospital de São José, onde estava internado depois de ter testado positivo à COVID-19.

Pelle, de 44 anos, é um dos oito fugitivos mais procurados de Itália, e era perseguido pelas autoridades desde 2017, avança a Agência Lusa, tal como escreve o "Observador". Agora, deverá dar-se início ao processo de extradição de Francesco Pelle, que poderá enfrentar uma sentença de prisão perpétua no seu país de origem, salienta a imprensa italiana.

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O criminoso está em fuga desde o ano de 2017, altura em que escapou de Milão depois de ter recebido uma pena de prisão perpétua pelo Supremo Tribunal de Roma. Em causa estão vários crimes cometidos pela família Pelle, decorridos numa série de anos, associados a uma vingança familiar.

Em 2005, a família de Francesco Pelle, juntamente com a Vottari, foi a responsável por um massacre contra a máfia Nirta-Strangio na altura do Natal, que causou a morte de dezenas de pessoas, incluíndo a de Maria Strangio, matriarca da família e mulher de Giovanni Luca Nirta. Dois anos depois, em 2007, os Nirta-Strangio levaram a cabo uma alegada vingança com um massacre em Duisburgo, na Alemanha, que matou sete pessoas, salienta o "Observador".

Poucos dias antes do atentado de 2005, Francesco Pelle foi alvo de uma emboscada, sendo baleado na coluna quando estava sentado no terraço de sua casa. O sucedido deixou-o paralisado e numa cadeira de rodas, e terá sido o mote para o ataque aos Nirta-Strangio, alegadamente ordenado pelo próprio Francesco.

Depois da detenção de Pelle, uma operação com a colaboração da Interpol está em marcha para encontrar os cúmplices do líder da "Nadrangheta", avança o jornal italiano "Corriere della Sera". A organização criminosa já é considerada a maior de Itália, e é conhecida como uma das mais poderosas a nível mundial por ter controlo da maior parte da cocaína que entra na Europa, salienta o "Observador".