O Mundial de futebol do Qatar só arranca em novembro, mas já está a gerar uma onda de indignação. O motivo? Sexo. Sexo fora do casamento, mais precisamente. Já que todos os adeptos estrangeiros que não forem casados terão de se abster de aventuras de uma noite ou de qualquer outro ato sexual durante a competição, sob ameaça de até sete anos de prisão.

O Comité Supremo do Qatar explica que "relações sexuais fora do casamento no país estão fora dos limites" e os responsáveis da FIFA já adiantam que "não haverá exceções" e que "a bebida e a cultura de festa após os jogos, que é a norma na maioria dos lugares, será estritamente proibida".

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"O sexo está fora do menu, a não ser que venham como marido e mulher. Definitivamente não haverá aventuras de uma noite no Mundial, não haverá festas. Todos devem manter a cabeça fria, a menos que queiram arriscar ficar na prisão", esclareceu uma fonte policial ao "Daily Star".

De acordo com a mesma publicação, já há registo de adeptos com diferentes apelidos que foram impedidos de reservar (e, por isso, partilhar) quartos de hotel.

"O Qatar é um país conservador e as manifestações públicas de afeto não são bem encaradas, independentemente da orientação sexual", frisa a organização.

Al-Khater, o presidente do Comité, já garantiu que todos os adeptos que quiserem assistir ao vivo aos jogos estarão seguras, seja qual for a sua orientação sexual. No entanto, Mansoor Al Ansari, secretário-geral da Associação de Futebol do Qatar, já adiantou que a hipótese de banir bandeiras arco-íris (que representam a comunidade LGBTQI+) dos jogos está em cima da mesa.

Para o secretário-geral, quem pretender expressar a sua posição face à comunidade, deverá fazê-lo numa sociedade onde esta "será aceite". Neste momento, já há cartazes anti-LGBTQI+ espalhados pelas regiões que serão palco da competição.

Já em novembro 2021 a preocupação face à segurança da comunidade veio à tona, altura em que o jornal "Observador" avançou que o australiano Josh Cavallo admitiu estar "assustado" com a ideia de jogar no Qatar, dada a sua orientação publicamente assumida.

À data, o organizador afirmou que Cavallo era bem-vindo. No entanto, as autoridades internacionais mostram-se preocupadas, sendo que um dos receios prende-se com a forma como serão recebidos os adeptos que integrem a comunidade LGBTQI+, num país onde a homossexualidade é proibida e punível com vários anos de prisão.