
Se, em 2020, Lisboa arrecadou o segundo lugar, em 2021, nem chega aos primeiros cinco do ranking das escolas, que nasce com base nos dados divulgados pelo Ministério da Educação esta sexta-feira, 8 de julho. A CNN Portugal misturou na mesma tabela escolas públicas e privadas e ordenou-as com base num único critério: os resultados obtidos nos exames nacionais no ano letivo 2020/2021 — e há surpresas.
Pode espreitar as escolas secundárias com as melhores e piores classificações por disciplina, mas no que ao panorama geral diz respeito os dados são claros: as escolas privadas lideram o ranking, sendo que a melhor escola secundária pública é a Escola Artística António Arroio, em Lisboa, que surge apenas na 31.ª posição.
Relativamente aos primeiros lugares do ranking, todos eles ocupados por instituições particulares e cooperativas, o Colégio Efanor, em Matosinhos, assume mais uma vez a liderança, à semelhança de 2020, com uma média de 16,17 valores nos exames nacionais 2020/2021. O Colégio Nova Encosta, em Paços de Ferreira, arrecadou o segundo lugar da tabela, seguindo-se do Colégio D. Diogo de Sousa, em Braga, no terceiro lugar.
Porque é que o norte desnorteou Lisboa?
Para além de, desta vez, nenhuma escola da capital (pública ou privada) integrar o top 5 das melhores classificadas, os resultados das instituições lisboetas pioraram em comparação a 2020 — ano em que a melhor escola de Lisboa em termos de média de exames foi a Academia de Música de Santa Cecília, que arrecadou o segundo lugar da lista com uma média de 17,95 valores.
Em 2020, Matosinhos, Lisboa e Porto, por esta ordem, dominavam os primeiros lugares da tabela. Agora, em 2021, a conversa é outra: Lisboa não só não integra os primeiros lugares como só arrecadou o sexto melhor lugar da tabela. Proeza do Colégio de S. Tomás, com 15,02 valores, que surge na sexta posição.
Top 5 (melhores classificados)
- Colégio Efanor, Matosinhos: média de 16,17 valores
- Colégio Nova Encosta, Paços de Ferreira: média de 15,96 valores
- Colégio D. Diogo de Sousa, Braga: média de 15,85 valores
- Colégio Nossa Senhora do Rosário, Porto: média de 15,81 valores
- Colégio da Rainha Stª Isabel, Coimbra — com uma média de 15,03 valores
Top 5 (piores classificados)
- Escola Secundária José Cardoso Pires, Loures: média de 7,85 valores
- Escola Básica e Secundária de Santo António, Barreiro: média de 8,30 valores
- Escola Básica e Secundária de Monte da Caparica, Almada: média de 8,33 valores
- Escola Básica e Secundária Professor António da Natividade, Mesão Frio: média de 8,35 valores
- Externato Académico, Porto: média de 8,69 valores
Em relação aos cinco piores classificados, que oscilam entre a 483.ª e a 487.ª posição, a escola com a pior média nos exames nacionais é a Escola Secundária José Cardoso Pires, em Loures (com 7,85 valores). O Externato Académico, no Porto, surge como uma das surpresas deste ranking, já que é a única escola privada do País a integrar os últimos cinco lugares da tabela — ou seja, o top 5 dos piores classificados — com uma média de 8,69 valores nos exames nacionais 2020/2021.
Pode consultar a lista completa aqui.
Ministro da Educação já se manifestou em relação aos rankings
Esta sexta-feira, 8 de julho, foram vários os rankings que inundaram as redes sociais, a maioria com as medidas dos exames nacionais 2020/2021 como principal critério, mas o ministro da Educação, João Costa, já se manifestou em relação à tradução prática de classificações deste teor. "Não reconheço nos rankings, que são meras hierarquizações de escolas, um grande indicador sobre a qualidade do trabalho que se faz nas escolas", começou por dizer, em declarações citadas pela CNN Portugal, acrescentando que existem mais de 50 indicadores que permitem aferir a qualidade do trabalho desenvolvido nos estabelecimentos de ensino.
Ao todo, são 56 critérios distintos, entre os quais o ministro destaca o indicador da equidade, porque "permite avaliar a qualidade do trabalho das escolas não apenas em função dos resultados finais absolutos, como é tradicionalmente referida a qualidade da escola, mas como cada escola promove o trabalho com os alunos em função do seu perfil", explica.