Continua a polémica à volta do caso do adepto do FC Porto que foi insultado por várias pessoas no Estádio António Coimbra da Mota quando tinha a filha ao colo, também ela equipada com a camisola do clube portuense. A condenação aos insultos por parte dos estorilistas foi unânime, mas afinal parece que a história não foi toda contada. Quem o diz, agora, é o presidente do Estoril Praia, Alexandre Faria, que garante que o que se passou foi "imperdoável" e "injustificável", mas que apenas se tratou de "uma reação" ao comportamento do adepto do FC Porto.
"Sinto vergonha pelo que sucedeu no Estádio António Coimbra da Mota, mas não posso permitir que se retirem os factos do seu devido contexto. Só assim podemos ter uma opinião bem fundamentada", disse Alexandre Faria. O que se passou no estádio é "a diferença entre uma ação e uma reação", continuou, embora classifique como "imperdoável e injustificável o que aquela menina viveu". "Não merecia e ninguém se revê no que aconteceu, sendo absolutamente reprovável".
Mas não terá sido do nada que os adeptos do Estoril reagiram daquela forma. "As informações obtidas apontam para o facto de não se ter tratado de um acto espontâneo por parte de adeptos do Estoril Praia, mas sim de uma reação a provocações constantes por parte do pai da criança, desde o início do jogo, ofendendo, com os maiores palavrões imagináveis e com gestos, quem se encontrava na bancada de adeptos do Estoril Praia, esgotando a paciência de qualquer ser humano num momento daqueles", continuou o presidente do clube da Amoreira.
Para Alexandre Faria, não se pode eliminar "o contexto provocatório que se prolongava há demasiado tempo e sem justificação" por parte do pai, que tinha a filha ao colo. O presidente do Estoril garante que há "diversos relatos" de gente que presenciou toda a cena e que o confirma. "Sejam verdadeiros na análise, porque não pode ficar para a história apenas uma parte do vídeo que visa tão só envergonhar uma instituição que merece respeito pelo que tem conseguido alcançar no Desporto nacional".
O contexto histórico é, também, favorável à versão apresentada por Alexandre Faria, isto porque os adeptos do Estoril são conhecidos não só pela forma apaixonada e criativa como torcem pelo seu clube, em todos os campos do País, como por serem adeptos pacatos e sem registo de incidentes do género. "Porque é que alguns adeptos do Estoril Praia, integrados num grupo que é reconhecido e premiado pelo seu FairPlay em diversas ocasiões e por várias entidades, se insurgiu só contra aquele pai, originando que fosse conduzido pelos seguranças para outro local da bancada do Estádio? Porque é que os restantes adeptos do FC Porto, que se encontravam precisamente na mesma bancada, assistiram ao jogo todo sem que tivessem sido importunados em algum momento?", deixou no ar o presidente do Estoril, reforçando que "aquela menina não merecia nada daquilo", deixando-lhe, em nome pessoal e do Estoril, "os sinceros pedidos de desculpa e o forte desejo que continue a assistir a jogos de futebol".