O Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI) será anunciado esta quinta-feira, 22 de outubro, mas em cima da mesa está uma proposta de destaque: ligar Lisboa ao Porto em 1h15 numa linha que pode atingir velocidades de 300 quilómetros por hora. Esta velocidade será alcançada apenas numa segunda fase de construção da nova infraestrutura, primeiramente projetada para funcionar em bitola ibérica (com carris polivalentes), de modo a que mais tarde possa transitar para bitola europeia que poderá ligar a Galiza ao Algarve e à Andaluzia.

A cumprir-se, tudo isto vai implicar um investimento de cerca de 4500 milhões de euros, avança o jornal “Público”.

Contudo, a história repete-se. Já a 6 de julho de 1999 uma manchete do mesmo jornal anunciava: "TVG vai ligar Lisboa ao Porto em 1h15". Agora, a 22 de outubro de 2020, 21 anos depois, o novo arranque diz "Linha de alta velocidade vai ligar Lisboa e Porto em 1h15m".

A diferença entre manchetes é quase nula e apesar de na segunda não se falar em TVG, sabe-se que a nova linha vai atingir alta velocidade. Quanto ao projeto atual, este é apresentado por fases, sendo que primeiro a linha vai passar por Aveiro, Coimbra e Leiria e os comboios vão circular entre os 220 e os 250 quilómetros por hora.

Numa segunda fase, a linha já estará preparada para atingir velocidades de 300 quilómetros por hora e fazer então a ligação entre o Porto e Lisboa em 1h15 — reduzindo assim mais de uma hora de viagem em relação ao tempo atual de 2h22.

Entre ambas as fases, o novo corredor vai ainda passar por Rio Maior e pela Ota, de acordo com o trajeto estudado pela RAVE (empresa criada em 2000 no governo de António Guterres para estudar a rede de alta velocidade) que poderá ser agora aplicado na nova proposta.

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As novas ligações entre o norte e centro vão implicar, a longo prazo, a construção de mais duas pontes: uma sobre o Douro e o Tejo, uma vez que a ponte de S. João ficará congestionada com os comboios vindos da nova linha e, a sul, a ligação entre Porto a Lisboa vai obrigar à criação de uma terceira travessia do Tejo, de modo a não prejudicar as ligações à península de Setúbal, Alentejo e Algarve.

A ideia é que, ao articular a linha de alta velocidade com a rede convencional, o Governo cumpra com a proposta de um Plano Ferroviário Nacional “assente num modelo em rede, que inclua linhas, ramais e trajetos interligados”.

Para colocar em prática o plano serão então necessários 4500 milhões de euros, mas a questão que se colocar é como obtê-los? Uma das hipóteses são os fundos comunitários, nomeadamente do QFP (Quadro Financeiro Plurianual) e do CEF (Connecting Europe Facility), isto porque a União Europeia já não financia projetos rodoviários, apenas ferroviários, e o dinheiro a fundo perdido da “bazuca” europeia deverá ficar guardado para esses projetos.

No PNI 2030 também constam então propostas ferroviárias, como é o caso de 13 projetos entre os quais, de acordo com o “Diário de Notícias”, está o reforço da linha de Sintra e ainda a quadruplicação do troço entre Contumil e Ermesinde. No caso desta intervenção, terá um custo de cerca de 110 milhões de euros e deverá ficar pronto até 2026.

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