Um professor de Biologia foi despedido após quatro queixas de alunos que ficaram revoltados por ele ter ensinado na aula que o que determina o sexo masculino e feminino são os cromossomas X e Y. O professor está agora numa luta jurídica para poder ser readmitido, argumentando que o que ensina são factos científicos e que nos mais de 20 anos de carreira sempre lecionou as aulas da mesma forma e nunca teve qualquer problema. O caso aconteceu no liceu St. Philip's College, em Santo António, Texas, Estados Unidos.

Embora só agora tenha sido tornado público, a propósito da defesa que o professor apresentou em tribunal, o caso ocorreu a 28 de novembro de 2022. Na altura, o professor, Johnson Varkey, viu quatro dos seus alunos abandonaram a aula quando ele afirmou que o sexo era determinado pelos cromossomas X e Y, uma evidência científica com décadas. Os alunos que abandonaram a sala fizeram uma exposição formal contra o professor argumentando que os argumentos dele eram uma "pregação religiosa" e que constituíam uma "discriminação dos homossexuais e transgéneros". Disseram também que o professor apresentava "uma retórica anti-aborto" e que fazia "brincadeiras misóginas". De acordo com os alunos, o professor "ultrapassou os limites da liberdade académica com as suas opiniões pessoais que eram ofensivas para muitos indivíduos na sala de aula", podia ler-se na carta apresentada pelos alunos, que levou à demissão do docente.

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Johnson Varkey está neste momento envolvido numa luta jurídica para voltar a dar aulas no liceu e a sua defesa está a ser feita pelo First Liberty Institute, um escritório de advocacia que defende a liberdade religiosa dos americanos. Os advogados enviaram já uma carta à escola em nome do professor exigindo que a instituição o readmitisse, após o despedimento que ocorreu em janeiro de 2023. "Ao ensinar o sistema reprodutor humano, o Dr. Varkey também afirmou que o sexo humano é determinado pelos cromossomas X e Y, e que a reprodução deve ocorrer entre um macho e uma fêmea para dar continuidade à espécie humana", explicou a First Liberty na carta. "No decurso do ensino de Anatomia e Fisiologia Humanas, fez estas afirmações em todas as aulas durante 20 anos, sem qualquer incidente ou queixa".

Um dos argumentos apresentados pela escola para afastar o professor foi o de que o seu ensino era "religioso". Os advogados refutam a acusação e garantem que o professor "ao longo do seu emprego, nunca discutiu com nenhum aluno as suas opiniões pessoais — religiosas ou outras — sobre o género ou a sexualidade humana".

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Como professor, Johnson Varkey ensinou Anatomia e Fisiologia Humana no St. Philip's College a mais de 1500 alunos durante 22 anos, sem que alguma vez tivesse tido qualquer problema ou queixa. "É absurdo que, depois de ensinar durante mais de 20 anos, o liceu despeça o Dr. Varkey por ensinar biologia básica e amplamente aceite", argumentou a advogada do First Liberty Institute, Keisha Russell. "O Dr. Varkey recebeu avaliações de desempenho exemplares durante vinte anos, ensinando ciência baseada em factos e amplamente aceite. Mas agora que as elites culturais estão em desacordo com estas ideias, a escola já não apoia os professores que as ensinam. A escola violou os direitos constitucionais e estatutários do Dr. Varkey quando o despediu e tem de o reintegrar imediatamente."