Uma professora de ensino secundário do Texas foi despedida depois de ter atribuído aos seus alunos de oitavo ano a leitura de um excerto com passagens sexuais da versão ilustrada de “O Diário de Anne Frank”, de 2018. De acordo com o “New York Post”, a passagem em questão era uma entrada do diário onde a adolescente escreveu sobre os órgãos geniais femininos e masculinos.

Esta versão, adaptada por Ari Folman, filho de sobreviventes do Holocausto, não eliminou o excerto da sexualidade, enquanto que nas outras versões de “O Diário de Anne Frank” a passagem foi eliminada. A professora foi mandada para casa na quarta-feira, 13 de setembro, e desde esse momento que a turma é lecionada por um professor substituto. No entanto, esta versão ilustrada consta na lista de leitura enviada aos pais no início do ao letivo, mas os responsáveis dizem que nunca foi aprovada.

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Segundo a "KFDM", os pais dos alunos que frequentavam a aula da professora receberam um email a dizer que a leitura do livro iria ser interrompida, e que a professora iria pedir desculpa. "Esta noite, a administração foi informada de que os alunos do 8º ano estavam a ler conteúdos que não eram apropriados. A leitura desse conteúdo será interrompida imediatamente. A professora do seu aluno irá apresentar as suas desculpas a si e aos seus alunos em breve, tal como já nos apresentou essas desculpas”, pode ler-se no comunicado.

O meio de comunicação conseguiu ainda falar com uma mãe presente, Amy Manuel, que confirmou a situação e explicou o que os filhos lhe contaram quando chegaram a casa. "Já é mau o suficiente que ela os faça ler isto para um trabalho, mas depois obriga-os a ler em voz alta e faz com que uma menina fale em apalpar os seios a outras e que quando vê uma mulher entra em êxtase. Isso não está certo".

O “Diário de Anne Frank” é um livro que conta a história real da adolescente judia, que registou no seu diário durante dois anos todas as experiências que teve com a família enquanto se escondiam num “anexo secreto”, como explica Anne no seu diário, durante a ocupação nazi nos Países Baixos. O livro-diário foi publicado em 1947 e é usado nas escolas dos EUA para educar os alunos.

A versão ilustrada de Ari Folman foi lançada mundialmente em 2018 em celebração do 70º aniversário do diário original, sendo a primeira adaptação para banda desenhada, realizada com a autorização da família de Anne Frank e tendo por base os textos originais da adolescente.