Rúben Semedo foi libertado esta quinta-feira, 2 de setembro, sob fiança de dez mil euros, após ter sido acusado de violação. Entre as provas que conduziram à libertação está uma alegada mensagem de um utilizador anónimo que o jogador português do Olympiacos terá recebido nas redes sociais, antes da detenção.
"Boa sorte na prisão! Dás-me 15 mil euros e não digo nada", lê-se na mensagem divulgada pela imprensa grega. As ameaças de acusação começaram quando o jogador deixou de responder às mensagens da alegada vítima, explica o jornal "Observador", citando a imprensa. Ao longo de duas horas e meia de julgamento, o jogador admitiu ter mantido relações sexuais com a jovem em causa (que, segundo refere, se apresentou como sendo maior de idade), mas consentidas.
Antes da audição, foram reveladas partes do relatório dos exames realizados à denunciante, não tendo sido "encontradas feridas, hematomas ou lesões recentes nos genitais nem no ânus", cita o mesmo jornal. Em relação a dois hematomas detetados no tronco "poderão ser resultantes de uma pancada ou de um choque com uma superfície dura. A abrasão poderá ter sido causada por um objeto aguçado. Estas lesões poderão ter sido provocadas na altura do alegado incidente", refere o jornal grego Newsbomb, citado pelo "Observador".
À saída do Ministério Público de Evelpidon, o advogado de Rúben Semedo alegou que fazer uma acusação "deveria ser algo com suporte em algum comportamento" mas, no caso do jogador português, defendeu que "há evidências sólidas que impedem a acusação". "Eles estiveram juntos durante 15 horas, é inconcebível que seja acusado de repente de violação. Mas neste momento, o problema não é a idade, o problema é saber se houve algum contacto voluntário", disse Stavros Georgopoulos, cita o "Observador".
Mais tarde, o episódio foi descrito com detalhe. "Uma rapariga sozinha procurou-o na sexta-feira à noite, perguntou se poderia ir ter com ele na companhia de uma amiga e depois aconteceu o que aconteceu. Se eu fosse à casa de alguém e se me violassem, sairia imediatamente de lá. Neste caso, ela continuou lá na casa, mandaram vir comida, fumaram 'shisha' e se não tivesse existido esta queixa provavelmente ainda continuariam lá. Não pode ter existido violação, caso contrário ela não teria mandado mensagem para se voltarem a encontrar na noite seguinte. Continuaram a comer e beber todos e não ingeriram álcool ou drogas, estiveram sim a ver televisão e a ouvir música”, explicou o advogado Stavros Georgopoulos numa entrevista à ANT1, citada pelo jornal "Observador".
A alegada violação é suportada pela amiga, de 16 anos, que diz tê-la ouvido gritar no quarto, enquanto repetia "não" e pedia para que a deixassem em paz. Posteriormente, veio a público que Rúben Semedo emprestou à jovem um peluche da filha, para que ficasse mais tranquila no quarto.
Rúben Semedo, tem-se mostrado confiante perto dos jornalistas, aproveitando para defender a sua inocência. Esta situação contrasta com a sua detenção de há três anos, em Espanha, na sequência de suspeita de sequestro, agressão e ameaça com arma de fogo, em que o jogador permaneceu sempre em silêncio junto dos órgãos de comunicação social.