Fernando Silva, único suspeito do triplo homicídio ocorrido na passada quarta-feira, 2 de outubro, na barbearia Granda Pente, na Penha de França, em Lisboa, terá assassinado o barbeiro e o casal brasileiro de forma intencional e premeditada. É nisto que acredita a Polícia Judiciária, que está a investigar o caso, e que está a seguir as pistas que indiciam que os quatro envolvidos no caso estavam todos ligados a uma rede de tráfico de droga, conforme revelou à MAGG uma fonte próxima da investigação.
O barbeiro, Carlos Pina, 43 anos, que terá sido o primeiro a ser morto por Fernando Silva, seria um recetor de droga, que armazenaria na sua barbearia. O taxista, Bruno Neto, e a sua mulher, Fernanda Júlia, fariam o transporte da droga na viatura. Fernando Silva, o autor dos disparos, e que se encontra em fuga, seria o responsável por arranjar e vender a droga. É nisto que a Polícia Judiciária acredita e é esta a tese central da investigação. O que falta é ligar os pontos e perceber exatamente o porquê das três mortes e o que terá corrido mal no processo, revelou à MAGG a mesma fonte.
Totalmente afastada parece estar a tese de que o assassinato aconteceu por motivos fúteis, ou seja, porque Carlos Pina se terá recusado a cortar o cabelo a Fernando Silva. Esta é, ainda, a teoria que corre, e que é tida como válida, mas não é nisso que os investigadores acreditam.
Há ainda outros aspetos que estão a ser analisados pela equipa de investigação. A família direta de Fernando Silva — a mulher, que está grávida, bem como as três filhas — que estão em parte incerta, não estarão na companhia do único suspeito do crime. As autoridades acreditam que a mulher e as crianças se encontram escondidas longe de Fernando Silva, num lugar seguro, junto de familiares da comunidade cigana da região de Lisboa.
Por outro lado, o historial clínico de Fernando Silva é outro aspeto importante para a investigação. O suspeito do crime era seguido no Hospital Júlio de Matos, mas as suas crises psicóticas não terão que ver com uma doença mental, nomeadamente esquizofrenia, como já foi avançado, mas sim com efeitos secundários do abuso de drogas.
Recorde-se que o crime ocorreu na passada quarta-feira, 2 de outubro, na Rua Alferes Barrilaro Ruas, na Penha de França, em Lisboa. Fernando Silva terá disparado sobre o barbeiro Carlos Pina, o taxista Bruno Neto e a sua mulher, Fernanda Júlia, grávida de três meses, matando-os. O homem terá depois fugido a pé até uma zona onde se encontrou com o pai e um meio-irmão e os três fugiram num jipe verde em direção a Santa Apolónia. A mulher de Fernando e as duas filhas mais novas estavam perto do local e terão visto tudo. De seguida, a mulher foi à escola buscar a filha mais velha e nenhuma das quatro voltou a ser vista. Bem como Fernando, o pai e o meio-irmão.
No dia seguinte, duas viaturas pertencentes à família de Fernando Silva foram incendiadas no bairro, no que parece ter sido mais um ajuste de contas ligado a este caso, que, conforme acredita a polícia está totalmente ligado a uma rede de tráfico e venda de drogas em Lisboa.