Maio está cada vez mais a ser encarado como um mês crucial no levantamento das proibições do estado de emergência e reabertura de vários setores em Portugal, num momento em que a curva de infetados pela pandemia de COVID-19 parece aplanar. É já no próximo mês de maio que estão a ser estudadas várias medidas para que Portugal possa, gradualmente, começar a voltar ao seu funcionamento normal.
As creches, algum comércio local e cabeleireiros devem reabrir, as igrejas voltam a celebrar missas, com novas regras de segurança, e também existe uma intenção do Governo em retomar as aulas presencias do Ensino Superior.
Mas como é que as universidades podem voltar a abrir dentro de poucos dias, ou semanas, garantindo a segurança de alunos e docentes? De acordo com Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, existem várias medidas que podem ser tomadas para que este regresso aconteça dentro de pouco tempo, desde alterar horários de aulas, testar a imunidade dos estudantes e conjugar aulas presenciais com ensino à distância.
No entanto, Manuel Heitor salienta que "as diferentes áreas do ensino superior não têm de se portar exatamente da mesma forma, nem as instituições todas da mesma forma", como referiu numa entrevista dada ao "Observador", publicada esta terça-feira, 21 de abril.
Regresso às universidades: fugir às horas de ponta, blended learning e testar os estudantes
Para evitar riscos acrescidos na deslocação dos estudantes até às universidades, Manuel Heitor sugere que o ensino superior acomode "os horários de forma a que os estudantes não usem os transportes públicos exatamente nas horas de ponta nos principais centros urbanos", salientou na mesma entrevista ao "Observador".
Também para transmitir confiança, o ministro fala da possível realização de "testes serológicos, que nos podem dar informação nova sobre a nossa capacidade de gerar anticorpos e de ficarmos imunes à pandemia".
Para evitar grandes ajuntamentos de alunos, Manuel Heitor sugere a realização de mais aulas durante a noite, ou "até mais tarde". O ministro salienta a capacidade do ensino superior em desdobrar horários, tendo assim uma "flexibilidade de operação que pode e deve ser usada para nós todos aprendermos também a viver perante uma pandemia que não é extinta de um dia para o outro".