Com mais 35 casos de infeção pelo vírus Monkeypox (ou varíola dos macacos, na descrição portuguesa), Portugal elevou para 276 o total de pessoas infetadas. Os números foram avançados pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que pede que seja feita uma sensibilização sobre o vírus, especialmente junto de empresas, organizações de eventos ou grupos informais.
O objetivo? Comunicar os principais cuidados a ter para evitar o contágio e consequente transmissão, principalmente antes e depois de relações sexuais. Isto porque, apesar de a varíola dos macacos não se transmitir apenas durante o ato sexual, a transmissão depende de contacto próximo físico próximo, sendo que as lesões que provoca, o seu conteúdo líquido ou purulento e mesmo as crostas são particularmente infeciosas, garante a DGS.
Os casos notificados no atual surto foram na sua maioria detetados em "homens que têm sexo com homens", embora a transmissão também tenha sido documentada noutras pessoas, e já tenha sido esclarecido que este, como qualquer outro vírus, não 'escolhe' a comunidade LGBTQI+. Segundo a autoridade de saúde, entre os utentes infetados, estão sobretudo de homens entre os 19 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos.
Quais são os sintomas?
A infeção com varíola dos macacos provoca sintomas como febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, nódulos linfáticos inchados, arrepios de frio e exaustão.
Sendo que um sintoma comum, que se manifesta geralmente entre o primeiro e o quinto dia após a febre, é o desenvolvimento de erupções cutâneas, lesões na pele ou mucosas, que podem ser localizadas numa determinada região do corpo ou generalizadas, atingindo habitualmente a face e boca, membros superiores e inferiores ou região ano-genital, avança a CNN Portugal.
O vírus pode ficar incubado entre seis a 16 dias, mas pode chegar aos 21. Quando a crosta cai, uma pessoa deixa de ser infecciosa, avança o "Diário de Notícias".
Ainda assim, perante o surgimento destes sintomas ou suspeita de contacto próximo com uma pessoa infetada, deve seguir-se uma avaliação médica, evitando o contacto físico próximo com terceiros, incluindo relações sexuais.
"O contacto físico próximo é a principal forma de transmissão. Uma relação sexual pode envolver risco. Relações sexuais com múltiplos parceiros/as aumentam o risco", destaca a DGS.
DGS revela cuidados a ter antes e após relações sexuais
Segundo a autoridade de saúde, a utilização do preservativo é importante para prevenir a transmissão do VIH e outras infeções sexualmente transmissíveis (IST), mas não oferece proteção eficaz para este vírus, alerta.
Entre as medidas a adotar "antes, durante e após" o ato sexual, a DGS recomenda que seja desincentivada a participação em caso da existência de sintomas e aconselha a "guardar os contactos das pessoas com quem mantiverem contacto físico próximo, incluindo relações sexuais, caso seja necessário identificá-los posteriormente".
"Se existir roupa de cama, deve ser mudada após utilização", avança. Essa roupa deve ser manipulada com recurso a luvas e máscaras e lavada a mais de 60 graus centígrados. Sendo que, após manipulação da roupa, "deve retirar-se as luvas e lavar/higienizar as mãos", pode ler-se.
Neste sentido, a DGS avança ainda que "o estigma e o medo podem dificultar as respostas em matéria de saúde pública, pois podem fazer com que as pessoas escondam a sua doença e são barreiras de acesso aos cuidados de saúde". Por isso, pede que se utilize "uma linguagem respeitosa e inclusiva" e que se transmitam "os factos de forma clara e acessível".
De acordo com as autoridades de saúde, a manifestação clínica da 'Monkeypox' é geralmente ligeira, com a maioria das pessoas infetadas a recuperar da doença em poucas semanas. Portugal vai receber 2.700 doses das vacinas contra o vírus Monkeypox, adquiridas pela Comissão Europeia, no entanto ainda não há uma norma técnica fechada que definirá a forma como serão utilizadas, avança a CNN Portugal.