A primeira injeção contracetiva do mundo para homens pode estar disponível para uso do consumidor dentro de seis meses. O produto está a ser desenvolvido por cientistas indianos que já concluíram o teste com um medicamento injetado nas virilhas dos homens. É a primeira alternativa à esterilização masculina, o único método capaz  de tirar de forma definitiva a capacidade de reprodução do corpo por meio de uma cirurgia.

O contracetivo foi enviado ao Controlador Geral de Drogas da Índia (CGDI) para aprovação final. O produto é eficaz durante 13 anos de forma intensa e nos anos seguintes acaba por perder o efeito.

Os ensaios terminaram, incluindo estudos clínicos de fase 3 estendidos para os quais 303 candidatos foram recrutados com 97,3% de taxa de sucesso e sem efeitos colaterais relatados. O produto pode ser chamado com segurança o primeiro contracetivo masculino do mundo”, afirmou o Dr. RS Sharma, cientista do Conselho Indiano de Pesquisa Médica, ao jornal "Hindustan Times", como escreve o jornal “The Independent”.

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O medicamento contém um polímero, uma macromolécula chamada “anterido maleico de Steryene”, que já foi desenvolvido na década de 1970 pelo professor SK Guha do Instituto Indiano de Tecnologia. A anestesia é feita através de uma injeção próxima dos testículos e que inibe a produção de espermatozoides.

É o primeiro do mundo na Índia, por isso temos que ter muito cuidado com a aprovação. Estamos a analisar todos os aspetos, especialmente a certificação de boas práticas de fabricação (GMP), que não levanta nenhuma dúvida sobre a sua qualidade ”, explicou VG Somani, Controlador Geral de Drogas da Índia.

Esta alternativa é vista como a melhor opção por alguns médicos em comparação com a vasectomia. Anup Kumar, chefe do departamento de urologia e transplante renal do Hospital Safdarjung, partilha desta ideia. “Os procedimentos não cirúrgicos são sempre melhores do que os procedimentos cirúrgicos, porque serão mais seguros e menos invasivos. É provável que mais homens optem por isso”.

A fabricação e venda de novas inovações médicas na Índia têm de ter a aprovação do Controlador Geral de Drogas da Índia, para realizar as próprias verificações, mas estima-se que dentro de seis meses esteja disponível para consumo. "O produto está pronto, com apenas aprovações regulatórias pendentes no Controlador de Drogas (DCGI)", explicou Sharma ao jornal Hindustan Times.