O governo de Donald Trump vai permitir que um caçador norte-americano importe os restos mortais de um rinoceronte negro que matou em África. De acordo com a Associated Press, que avançou a notícia a 6 de setembro, Chris D.Peyerk vai conseguir trazer para os Estados Unidos partes do animal que caçou num parque nacional da Namíbia, em maio de 2018.
Segundo a mesma publicação, o norte-americano fez seguir um requerimento exigido pela "Fish and Wildlife Service", com o objetivo de importar restos mortais de animais protegidos pelo Endangered Species Act — lei das espécies protegidas criada em 1973 para proteger as espécies em risco de extinção.
Em 2018, Chris D.Peyerk pagou cerca de 360 mil euros para caçar o rinoceronte macho, valor que reverteu para o governo namibiano, para este promover a coexistência de seres humanos e animais selvagens. No entanto, a decisão da administração de Donald Trump de permitir a importação da pele, caveira e cornos do animal causou muita indignação.
"Pedimos ao nosso governo federal que termine com este esquema de pagar para matar, que coloca espécies ameaçadas como as dos rinocerontes em perigo, e à mercê de americanos ricos, que estão a conseguir devastar a conservação destes animais", afirmou Kitty Block, presidente da "Humane Society of the United States and Humane Society International".
A representante da associação ainda acrescentou que "ainda que não seja possível regressar no tempo e salvar este animal, o governo norte-americano pode impedir os Estados Unidos de continuarem a contribuir para a devastação da espécie ao recusar-se a permitir a importação, no futuro, dos restos mortais dos rinocerontes negros".
Atualmente, existem apenas cerca de 5,500 rinocerontes negros no mundo, o que classifica a espécie como em extinção crítica. Cerca de metade destes animais vivem na Namíbia, que permite que cinco rinocerontes sejam caçados anualmente.