Várias pessoas querem adotar a bebé que nasceu debaixo dos escombros do terramoto que afetou a Síria e a Turquia. Por enquanto, a recém-nascida está a ser amamentada pela mulher do diretor do hospital, que a recebeu após o resgate. O tio-avô, um dos poucos membros da família vivos, quer acolher a menina.
A mãe da criança deu à luz sob os escombros de um prédio que ruiu na sequência do abalo sísmico e morreu momentos depois. A bebé foi resgatada 10 horas depois do terramoto e transportada para o hospital onde foi batizada pelos médicos como Aya, que significa "sinal de Deus" em árabe.
O milagre, acompanhado de tragédia, aconteceu em Jinderis, uma cidade no norte da Síria próxima da fronteira com a Turquia. A criança estava ligada à mãe pelo cordão umbilical quando foi descoberta por uma equipa de resgate. Hani Maarouf, pediatra no hospital Cihan em Afrin, disse que Afraa Abu Hadiya, a mãe, terá morrido horas antes de a família ser descoberta.
A bebé é dos poucos sobreviventes da sua família, e perdeu os pais e quatro irmãos devido ao terramoto. Salah al-Badran, tio-avô da bebé, tenciona acolhê-la assim que ela tiver alta do hospital.
O diretor do hospital, Khalid Attiah, diz ter recebido "dezenas de chamadas" de pessoas de todo o mundo a querer adotar a bebé. Contudo, a mulher de Khalid tem um bebé de 4 meses, que está a amamentar e, por enquanto, está a amamentar também Aya. "Não vou permitir que ninguém a adote agora. Até ao regresso da família mais afastada, estou a tratá-la como uma das minhas", disse à BBC.
Quando chegou ao hospital, Aya estava "fria e mal respirava". Hani Maarouf avançou ao "The Independent" que a condição de saúde da bebé está a melhorar significativamente e que, ao contrário do temido (e expectável), não tem lesões na coluna.
Apesar da intenção do familiar e da disponibilidade da família de Khalid, várias pessoas têm-se mostrado interessadas em adotar a criança depois de terem visto o vídeo do resgate. "Gostaria que alguém soubesse como chegar à criança. Estou pronta para adotá-la e tomar conta dela até ao último minuto da minha vida", afirmou Paulina Queralt, uma cantora libanesa que vive em França, segundo o "The Straits Times". "Gostava de adotá-la e dar-lhe uma vida decente", disse outra pessoa.