Foi preciso um documentário, "Framing Britney Spears", para que o facto de ser o pai da cantora a deter todo o controlo da carreira e da vida da filha se tornasse num assunto de vários dias na comunicação social. Sabe-se agora, no entanto, que vem aí mais um documentário e, desta vez, produzido exclusivamente pela Netflix.

O documentário, ainda sem título, vai ser realizado por Erin Lee Carr, que se especializou na produção e realização de documentários de crime como "I Love You, Now Die: The Commonwealth v. Michelle Carter" ou "Mommy Dead and Dearest", ambos na HBO.

Ainda que a nova produção não tenha sido oficialmente anunciada pela Netflix, as filmagens já estavam numa fase muito avançada ainda antes de "Framing Britney Spears" se estrear a 5 de fevereiro, escreve a "Bloomberg", citando fontes próximas dos estúdios.

O primeiro documentário sobre Britney Spears produzido pelo "The New York Times" e lançado na Hulu trouxe para a discussão o tema da tutela legal de Britney Spears que pertence ao pai, James Spears, desde 2012. Foi nessa altura que o tribunal decidiu que a cantora não estava em condições de tomar decisões por si, num estatuto que, regra geral, é aplicado apenas indivíduos que denotem um estado avançado de deterioração mental ou quem seja diagnosticado com demência.

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Esta decisão do tribunal, que foi revista a 10 de fevereiro deste ano e que agora obriga o pai a partilhar o património da filha com a própria, dava o controlo a James Spears sobre toda a carreira da filha e das várias parcerias comerciais que pudessem surgir. Também as entrevistas que Britney Spears cedia aos órgãos de comunicação social eram previamente combinadas e sempre com a garantia de que a equipa da cantora teria acesso às perguntas antes de elas serem feitas.

Ainda que o documentário aborde toda a questão legal e a luta de Spears em remover, por completo, o pai enquanto seu tutor legal, "Framing Britney Spears" recupera ainda outros momentos da vida conturbada da artista, como os internamentos em clínicas psiquiátricas e a relação com Justin Timberlake — que veio a público pedir desculpa por um sistema que, explica, "conduz ao sucesso dos homens, especialmente dos brancos".

O documentário que obrigou Justin Timberlake a desculpar-se

O cantor refere-se ao momento específico em que o documentário recorda imagens e entrevistas dadas pelo próprio aquando do lançamento do single "Cry Me a River", que aborda a relação e a rutura com Britney Spears. O tema, lançado em 2002, foi visto como uma reação de Timberlake à separação de Britney Spears, e o videoclipe correspondente foi protagonizado por uma mulher com muitas semelhanças com a cantora pop. Além disso, existia uma mensagem subliminar que parecia tentar culpar Britney pelo fim da relação.

O mesmo documentário também inclui uma entrevista com Justin Timberlake, onde este admite ter tido relações sexuais com a ex-namorada, numa época em que Britney Spears falava publicamente da sua virgindade.

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"Vi as mensagens, as identificações, os comentários e as preocupações e quero responder. Estou profundamente arrependido por todas as alturas da minha vida em que as minhas ações contribuíram para o problema, quando falei quando não era oportuno ou me calei quando era altura de lutar pelo que estava correto", escreveu este sábado, 13, Justin  Timberlake em resposta às imagens recuperadas pelo documentário de forma a ilustrar a relação que manteve com a cantora entre 1999 e 2002.

"A indústria tem falhas. Coloca os homens, especialmente os brancos, no caminho para o sucesso. É construído dessa forma. E como um homem nessa posição privilegiada, tenho de falar sobre o tema."

"Framing Britney Spears", lançado originalmente pela Hulu, ainda não está disponível em Portugal.

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