Um casal milionário fez-se passar por membros de uma comunidade indígena para poder ser vacinado contra a COVID-19 mais cedo. O caso inédito aconteceu no Canadá, de onde são naturais a atriz Ekaterina Baker e o diretor de casinos Rodney Baker. Os dois arriscam agora uma pena de prisão.
Ekaterina e Rodney fingiram ser empregados de um hotel e habitantes locais da comunidade indígena remota de Yukon, no Canadá, segundo o "The Guardian". Os dois apareceram numa clínica móvel em Beaver Creek, na região de Yukon, a 21 de janeiro, para serem vacinados, de acordo com o ministro de Serviços Comunitários de Yukon, John Streicker, refere a CNN. E tudo estava planeado ao pormenor: um apresentou um cartão de saúde da província canadiana Colúmbia Britânica e o outro um cartão de Ontário, acrescentou o ministro.
Contudo, esta não foi a única violação à lei. Para fingirem fazer parte daquela comunidade, viajaram até Yukon, infringindo as regras do estado de emergência que determinam uma quarentena obrigatória de 14 dias para os viajantes que chegam ao território canadiano.
Ekaterina e Rodney ficaram obrigados a pagar um total de 2.300 dólares canadianos (cerca de 1.477€) e podem ainda ter uma pena de prisão, uma vez que são acusados de infringir as regras impostas no país (por terem levado a vacina antes do tempo devido).
O casal vai a julgamento a 4 de maio, sessão na qual pode ser determinada uma pena de até seis meses de prisão — que já foi considerada leve pela comunidade local.
Mas as repercussões do esquema para receber a vacina antecipadamente não ficam por aqui. Devido à polémica, entretanto Rodney Baker demitiu-se da direção dos casinos.
Depois do caso com o casal, as regras de acesso à vacina na região do Canadá sofreram algumas alterações. Agora, é exigida uma prova de residência.