Quando éramos pequenos, foi-nos ensinado na escola que a Terra é composta por seis continentes e cinco oceanos que cobrem 70% da superfície da Terra, mas nunca nos fizeram pensar sobre como seria o planeta se toda esta água não existisse ou estivesse submersa.
Contudo, há mentes mais curiosas — é o caso de James O'Donoghue, cientista planetário e curioso, que não só pensou como seria um planeta sem água, como pegou num vídeo da NASA de 2008 e fez um remake. Ao vídeo original, o cientista da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) adicionou um sistema para contabilizar os metros a que a água ficava abaixo do nível de água no mar.
Em 51 segundos, estes metros passam progressivamente de zero para mais de 10 mil, ficando assim três quintos da superfície da Terra descobertos, tal como era há milhões de anos.
No início o ritmo é lento, mas a partir dos 500 metros começa a aumentar. As placas continentais agora reveladas mostram algumas ligações que há milhões de anos os humanos conseguiam atravessar, tais como aquelas que ligavam a Europa e o Reino Unido ou a Sibéria, na Rússia, e o Alasca, nos Estados Unidos.
"Quando a última era glacial ocorreu, muita água do oceano estava detida num bloco de gelo nos polos do planeta. É por isso que as pontes terrestres existiam", revelou O'Donoghue ao site "Business Insider", acrescentando que foram essas ligações que permitiram aos humanos migrarem. Só que quando o gelo se transformou em água, os nossos ancestrais ficaram retidos em diferentes continentes, dando origem às povoações.
O vídeo não mostra só como estes povos circulavam na Terra, como também revela a maior cadeia de montanhas, que se estende por 60 mil quilómetros, no momento em que o nível do mar passa dos dois mil metros para os três mil no vídeo.
Há ainda outro segundo de destaque no remake: quando a terra fica praticamente submersa, quase sem podermos avistar qualquer água dos oceanos, que ocorre já depois dos 30 segundos, quando o marcador faz a passagem dos 5 mil para os 6 mil metros de acima do nível da água do mar.
"Gosto da forma como a animação revela que o fundo do oceano é tão variável e interessante na sua geologia quanto os continentes", disse O'Donoghue ao mesmo site, orgulhoso de mostrar um pouco da vida humana antiga através do vídeo.