O Cirque du Solei, companhia multinacional com sede em Montreal, no Canadá anunciou esta segunda-feira, 29 de junho, que entrou com um pedido de insolvência, causado pela "enorme interrupção e encerramento forçado de exibições como resultado da pandemia COVID-19" e que tem como objetivo reestruturar a dívida junto do governo canadiano e de empresas de private equity.

O pedido de insolvência acontece na sequência do Cirque du Soleil ter suspendido a produção dos espetáculos há três meses — seis em Las Vegas, nos Estados Unidos, e outros dez pelo mundo.

A divida, segundo a CNN, será de cerca de um mil milhão de dólares (890 milhões de euros), o que terá levado ao despedimento de cerca de 3.480 funcionários da empresa, já em março.

"Nos últimos 36 anos, o Cirque du Soleil tem sido uma organização altamente bem-sucedida e lucrativa”, disse Daniel Lamarre, CEO do Cirque du Soleil Entertainment Group. “No entanto, com zero de receitas desde o encerramento forçado de todos os nossos espetáculos devido à covid-19, a administração teve que agir rapidamente para proteger o futuro da empresa."

De acordo com a agência France-Presse, o Cirque du Soleil terá pedido a protecção dos tribunais contra os seus credores, com o propósito de se reestruturar, na sequência destes prejuízos e que deverá ser avaliado esta terça-feira, 20 de junho, pelo Tribunal Superior do Quebeque.

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Em simultâneo, o Cirque du Soleil terá ainda fechado um acordo para a sua compra pelos fundos norte-americano TGP, o chinês Fosun, e a Caisse de Dépôt et Placement du Québec, os seus accionistas atuais, tencionando o seu leilão.

Caso o pedido de protecção seja aprovado pelo Tribunal, a multinacional pedirá o reconhecimento provisório imediato nos Estados Unidos. “Isto permite que as pessoas que desejam assumir a empresa possam avançar”, explicou Daniel Lamarre, administrador executivo do Grupo Cirque du Soleil, que avança que estarão interessados entre cinco e seis grupos empresariais. Os atuais acionistas, com a ajuda da Investissement Québec, poderão também avançar com uma proposta para a compra.

“Por isso, posso garantir o futuro do Cirque hoje, porque eles [os acionistas] se comprometeram a reinvestir 300 milhões de dólares norte-americanos [cerca de 265 milhões de euros] para garantir a sobrevivência da empresa."

O contrato com o TGG, o Fosun e a Caisse de Dépôt et Placement ddu Québec prevê a compra da maioria dos ativos do Grupo Cirque du Soleil em dinheiro e por divida. Em simultâneo, está em cima da mesa a criação de dois fundos que totalizam 20 milhões de dólares americanos, cujo objetivo passa por fornecer assistência aos funcionários afetados pela pandemia, assim como os empresários independentes.