Pequim, capital da China, diagnosticou mais de cem casos positivos de COVID-19 desde a sexta-feira passada, 12 de junho, tendo sido registados 40 novos casos nas últimas 24 horas — 27 na capital. Os novos números serão consequência de surto no mercado abastecedor de Xinfadi, o principal desta cidade, que tem 112 hectares, 1.500 funcionários e mais de quatro mil bancas. Clientes e trabalhadores que passaram por este local nas últimas semanas, ou indivíduos que tenham entrado em contacto com eles, estão a ser testados. Só no domingo, 14 de junho, 76.499 pessoas fizeram o despiste à doença — e 59 deram positivo.

Xu Heijan, porta-voz da capital chinesa, disse, em conferência de imprensa, citado pela agência Lusa, que o cenário é "extremamente grave" e que a cidade está numa "corrida contra o tempo", sendo que Pequim “terá de estar sempre um passo à frente da epidemia e tomar as medidas mais rigorosas, decisivas e determinadas”. 

Mais de 100 mil funcionários estão encarregados de supervisionar 7.120 comunidades próximas ao mercado, sendo que mais de 20 bairros foram já colocados sob quarentena, de modo a impedir a disseminação do vírus na cidade que tem 21 milhões de habitantes.

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O governo municipal decretou, entretanto, "estado de guerra", de forma a interromper o novo surto e consequente alastramento para o resto do país. Assim, foram repostas algumas das restrições que já haviam sido levantadas. Foram encerrados os serviços não essenciais e foram efetuados dezenas de milhares testes de despistagem.

Táxis e outros serviços de transporte foram proibidos de levar pessoas para fora da cidade e o número de passageiros em transportes públicos, como metro, autocarro e comboios, foi limitado, sendo que todos devem usar máscara. O reinício de algumas escolas primárias, que estava planeado para a próxima segunda-feira, foi adiado e foram repostas algumas medidas de distanciamento social. 

O novo surto lança preocupações quanto à possibilidade de poder constituir o início de uma segunda vaga, admitiu a Organização Mundial de Saúde, na segunda-feira, 15 de junho. A OMS está a ponderar enviar especialistas ao país.

Em março, a China declarou vitória sobre o vírus que havia sido detetado pela primeira vez neste país, mais concretamente na cidade de Wuhan, em dezembro de 2019.