O Reino Unido já aprovou a vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela empresa farmacêutica AstraZeneca. O novo fármaco é mais barato do que a vacina da farmacêutica Pfizer/BioNTech e mais fácil de armazenar.

A vacina da AstraZeneca/Oxford pode ser guardada entre os 2ºC e os 8ºC, ao contrário da vacina da Pfizer/BioNTech que precisa de estar a -70ºC, o que significa que será mais fácil de agilizar o processo de distribuição.

O anúncio da aprovação foi feito esta quarta-feira, 30 de dezembro, pelo Ministério da Saúde do Reino Unido, cujo ministro, Matt Hancock, expressou a importância deste passo para o país. “Grande dia para a ciência britânica, apoiada pelo governo do Reino Unido e pelo Serviço Nacional de Saúde”, disse no Twitter.

O primeiro-ministro Boris Johnson também se pronunciou sobre o avanço e referiu-se à vacina como um "triunfo" para a ciência britânica. "Agora, vamos esforçar-nos para vacinar o maior número de pessoas o mais rápido possível", afirmou, de acordo com a "BBC".

O Reino Unido encomendou um total de 100 milhões de doses das vacinas agora aprovadas, que vão abranger 50 milhões de pessoas. A primeira fase da administração das vacinas da AstraZeneca/Oxford — uma vez que, tal como o fármaco da Pfizer/BioNTech, são dadas duas doses — começa já na próxima segunda-feira, 4 de janeiro.

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O responsável da AstraZeneca, Pascal Soriot, também mostrou o seu entusiasmo com o anúncio da aprovação e reforçou a segurança da vacina. "Tem demonstrado ser eficaz, bem tolerada, simples de administrar e é fornecida pela AstraZeneca sem qualquer lucro", disse.

A aprovação surge após a vacina da AstraZeneca/Oxford mostrar uma eficácia de 100%, face aos 70% anunciados no início de dezembro. Os novos resultados só foram possíveis alcançar após vários testes ao longo do mês de dezembro, que permitiram chegar à mesma percentagem de eficácia das vacinas Pfizer e da Moderna, que começaram a ser distribuídas em Portugal e na Europa este domingo, 27.

Ainda antes de a vacina ser aprovada, Pascal Soriot já tinha revelado ao "The Sunday Times", que a farmacêutica tinha "a fórmula vencedora para vencer a COVID-19", disse no domingo, 27.

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A segunda vacina a ser aprovada usa uma técnica diferente da já conhecida da Pfizer, uma vez que recorre a uma manipulação genética ao adenovírus, o vírus da gripe dos chimpanzés,  ao qual se junta posteriormente o gene da proteína "S" do SARS Cov-2. É este processo que vai permitir criar uma resposta imunológica na pessoa que é vacinada.

Ainda não se é possível prever quando é que a vacina da AstraZeneca/Oxford chegará a Portugal, uma vez que falta a aprovação da Agência Europeia do Medicamento para que o fármaco possa começar a ser distribuído na Europa.